O prefeito Pedro Ishi recebeu na terça-feira (16) a visita de um grupo de professores da Universidade de São Paulo (USP) e de duas universidades japonesas que estão conduzindo um projeto de pesquisa que busca compreender a dimensão da cultura nipo-brasileira no Brasil, tendo Suzano como objeto central de estudo etnográfico. O encontro, realizado no Paço Municipal Prefeito Firmino José da Costa, reuniu a professora Leiko Matsubara Morales, mestre e doutora em Linguística pela USP; o economista Fumitaka Iwanami, da Universidade Komazawa; e a socióloga Yoko Kino, da Universidade Toyo.
A iniciativa acadêmica pretende mapear, até abril de 2026, a presença da tradição japonesa e sua influência nos mais diversos aspectos da vida suzanense - da política e do esporte às festas populares, passando pela religião, educação e gastronomia. Segundo os pesquisadores, Suzano foi escolhida por sua forte ligação com a cultura nipônica, construída ao longo de décadas pela expressiva comunidade japonesa estabelecida no município.
Durante a recepção, que contou também com a participação do secretário de Comunicação Pública, Paulo Pavione; do vice-presidente da Associação Cultural Suzanense, o Bunkyo, Fernando Brandão; e da ex-bolsista da Japan International Cooperation Agency (Jica) 2023, Sílvia Mizobuti, que atuou na tradução durante o encontro, foram ressaltados marcos que tornam Suzano referência nesse tema. A cidade já contou com cinco prefeitos descendentes de japoneses, além do atual presidente da Câmara de Suzano, vereador Artur Takayama. O vínculo é visível em celebrações tradicionais, como a Festa da Cerejeira, o Festival das Lanternas e o Bunka Matsuri, que movimentam milhares de pessoas todos os anos. No esporte, nomes de destaque são formados em modalidades como tênis de mesa, kendô e judô, impulsionados por escolas especializadas e pela Academia Terazaki, tombada como patrimônio histórico da cidade.
Para a socióloga Yoko Kino, a pesquisa revela um cenário singular. "Suzano reúne tradição, como a Associação Fukuhaku e suas famílias, e a inovação, como o empresário Fernando Brandão, que está na ponta da coexistência dessas duas realidades", afirmou.
A valorização da herança nipo-brasileira também se expressa em símbolos recentes, como o tombamento do Yakissoba de Suzano como o primeiro patrimônio cultural imaterial do município. Essa ação foi complementada pela criação da Rota do Yakissoba, iniciativa que organiza e promove os restaurantes e as famílias responsáveis por manter viva a tradição gastronômica local. Além disso, a cidade abriga templos de grande importância religiosa e cultural, como o Nambei Shingonshu Daigozan Jomyoji e o Kongoji, que se tornaram referências espirituais para fiéis budistas de toda a região.
Outro fator destacado é a presença da multinacional japonesa Komatsu, instalada em Suzano, que fortalece não apenas os aspectos econômicos, mas também culturais entre os dois países. Essa ligação ainda é ampliada por meio da cidade-irmã Komatsu, que mantêm essa parceria oficial com o município, reforçando os laços diplomáticos e culturais.
"Suzano se qualifica cada vez mais como um exemplo de integração real entre as duas culturas", destacou a professora Leiko Matsubara Morales.
O secretário municipal de Comunicação Pública, Paulo Pavione, reforçou o significado da pesquisa. "A escolha de Suzano como foco desse estudo internacional mostra que a identidade construída por nossa comunidade nipo-brasileira ultrapassa fronteiras. É motivo de orgulho ver nossa cidade como exemplo de integração cultural, tradição e modernidade", salientou o chefe da pasta.
O prefeito Pedro Ishi agradeceu a presença dos professores e ressaltou a relevância da iniciativa. "Para nós, é uma honra receber pesquisadores de instituições tão respeitadas como a USP, a Universidade Komazawa e a Universidade Toyo. Suzano tem no Japão um laço estreito, que se expressa em nossas festas, no esporte, na religião, na culinária e na vida política. Essa pesquisa ajudará a mostrar ao mundo a riqueza dessa história que nos orgulha e nos define como suzanenses", declarou o chefe do Poder Executivo.