As unidades da Escola Técnica (Etec) e da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de todo Estado, incluindo as localizadas no Alto Tietê, entram em greve hoje por tempo indeterminado. A categoria cobra a revisão do plano de carreira, negociações sobre o reajuste salarial e pagamento do Bônus Resultado de 2022.


Em junho, professores e demais colaboradores realizaram uma paralisação reivindicando melhorias, mas a negociação não avançou. “A decisão da categoria em entrar em greve é uma medida que representa a gravidade da situação que estamos enfrentando como trabalhadores da educação profissional, técnica e tecnológica pública do Estado. A greve é o último recurso para buscarmos a valorização que merecemos. É lamentável que tenhamos chegado a esse ponto, por completa indiferença do governo estadual em dialogar com os trabalhadores e atender nossas justas reivindicações”, explicou a direção do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), em nota.


A abertura do movimento grevista se dará nesta terça-feira na capital, no campus da Fatec ao lado do Metrô Tiradentes, a partir das 14 horas. Os participantes farão uma passeata até a Superintendência do Centro Paula Souza, autarquia estadual responsável pela gestão das instituições de ensino. 


De acordo com o Sinteps, as Etec de Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Santa Isabel já confirmaram adesão à greve, que não deve paralisar completamente as unidades, uma vez que é obrigatória a manutenção de parte do serviço prestado aos alunos.


Reivindicação
A desvalorização salarial é uma das causas apontadas pelo sindicato para a realização da greve. “Nossa política salarial vem sendo desrespeitada. Ao longo dos anos, temos enfrentado uma crescente defasagem salarial, o que resulta em perdas significativas em nosso poder de compra. Os 6% de reajuste salarial anunciados pelo governo para o resto do funcionalismo não repõem nossas perdas”, detalhou a entidade. 


Condições precárias de trabalho, com falta de trabalhadores, de infraestrutura adequada e de equipamentos; o desmonte da educação técnica e tecnológica pública, sem o devido investimento, com o fechamento de cursos; além do projeto que prevê o oferecimento de cursos técnicos em escolas estaduais, também colaboraram para a decisão da categoria de paralisar suas atividades por tempo indeterminado.

 Centro Paula Souza 

O Centro Paula Souza (CPS) informou que "trabalha para valorizar os servidores da instituição. A Bonificação por Resultados (BR), referente ao ano de 2022, por exemplo, já foi publicada no Diário Oficial do Estado e será o paga até outubro, podendo ser antecipada para setembro. A atual gestão, já em seu primeiro ano de governo, concedeu um reajuste acima de inflação para os servidores públicos".


 Ainda de acordo com a CPS, "o estudo para o novo Plano de Carreiras dos servidores do CPS está em andamento e contava, até o dia 23 de junho, com a participação de representantes do sindicato, que optaram por se desligar do grupo de trabalho. A proposta do novo plano de carreira será encaminhada às instâncias responsáveis pela sua análise até setembro, e as contribuições do Centro Paula Souza serão avaliadas".

 

A nota destacou que, "o investimento nas Etecs e Fatecs para ampliar as oportunidades de acesso à formação profissional gratuita em São Paulo é compromisso da atual gestão. A Instituição adotará todas as medidas necessárias para garantir que os estudantes não sejam prejudicados em uma eventual paralisação da categoria".