Uma criança de 8 anos recebeu atendimento no Hospital Municipal de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes, na terça-feira da semana passada, por volta das 8 horas da manhã. Adriana de Oliveira Barosa, mãe da menina, relatou que a filha reclamou de fortes dores nas costas, na lombar e no ombro. De acordo com Adriana, o atendimento na recepção e triagem foi rápido, mas no consultório não esperava que o médico fosse grosseiro e desatento. "O médico pediu para minha filha se virar e olhou rapidamente as costas dela. Sem pedir exames, falou que ela estava com escoliose. Ele nos tratou com muita grosseria e o atendimento foi rápido demais", disse.

Inconformada com o diagnóstico precoce, Adriana questionou o médico. "Perguntei para o doutor se era possível perceber apenas olhando que minha filha tinha escoliose, ele afirmou que sim e ainda disse que esse problema é causado quando a criança carrega muito peso na mochila da escola, mas minha filha tem mochila de rodinhas, busco e levo para a escola de carro, ela não carrega nenhum peso", afirmou a mãe da menina.

Preocupada com a informação, Adriana procurou um ortopedista. "Precisei pagar uma consulta com um médico especialista. No mesmo dia, no período da tarde, o médico afirmou que não seria possível ter esse diagnostico sem fazer o exame correto", destacou. Após realizar os exames, de acordo com Adriana, o diagnóstico inicial dado pelo médico foi descartado.

De acordo com a mãe da criança, o médico, Dr. Lavoisier Tavares de Andrade, já foi denunciado outras vezes. "Resolvi procurar o nome do médico na internet para saber quais lugares ele atende e encontrei outras reportagens com denúncias. Em 2019, uma idosa de Suzano relatou erro no diagnóstico. Já a Prefeitura de Franca afastou o médico em 2016 por fraudes em plantões de saúde, ou seja, uma situação bem chata", destacou.

De acordo com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, o Hospital Municipal de Brás Cubas é gerenciado pela Fundação do ABC, que é responsável pelas contratações dos profissionais e também por toda assistência prestada aos pacientes. De acordo com a organização "a mãe da paciente mencionada pela reportagem procurou a Ouvidoria do Hospital Municipal, quando foi prontamente atendida, recebeu as orientações a respeito do caso e a sugestão de uma nova consulta médica para reavaliação e esclarecimento de todas as dúvidas", afirmou em nota.

A Fundação informou que "paralelamente, a Coordenação Médica da unidade foi acionada para reorientação dos profissionais médicos a respeito da sistematização dos procedimentos de anamnese. No caso específico do médico que atendeu a paciente, o Hospital Municipal já solicitou relatório detalhado do atendimento. A documentação será analisada e, caso seja identificada alguma inconformidade, as medidas administrativas cabíveis serão adotadas".