Região - A Secretaria de Saúde de Suzano registrou aumento de 246,3% nos atendimentos oftalmológicos à crianças e adolescentes no primeiro trimestre deste ano comparado ao mesmo período de 2021. No primeiro trimestre do ano passado, o serviço público de oftalmologia de Suzano atendeu a 67 crianças e adolescentes. Neste ano, 145 crianças e 87 adolescentes já foram atendidos, totalizando 232 consultas. Na Grande São Paulo, o serviço estadual Corujão da Saúde preencheu, desde janeiro, 16,7 mil vagas das 17,6 consultas oftalmológicas disponíveis para todas as idades.
Em Suzano, a comparação mensal com maior contraste é a de março de 2021 com o mesmo mês deste ano. Foram apenas três atendimentos no ano passado, dois a crianças e um a adolescente, enquanto em 2022 este número saltou para 91, sendo 63 crianças e 28 adolescentes atendidos.
A médica oftalmologista da Prefeitura de Bom Jesus dos Perdões, município de São Paulo, e residente em Suzano há menos de um mês, dra. Gisele de Paula e Silva, atribuiu o aumento das consultas a melhora do serviço público na forma de atendimento e a diminuição da taxa de contágio da Covid-19. Segundo ela, são fatores que podem ter aumentado a coragem dos pais em procurar postos de atendimento, visto que durante a pandemia, o número de atendimentos dela diminuiu 43%.
Outro fator importante apontado pela especialista é o aumento de queixa das crianças. "É de conhecimento, pela revista do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o aumento de crianças e adolescentes com indicação de prescrição de óculos. Esse aumento seria devido ao aumento de telas: notebook, smartphones e tablets", explicou.
Gisele também destacou outro estudo: "Foi realizado um trabalho recente na China com 120 mil crianças e no período da pandemia houve um aumento de três vezes nos casos de miopia em crianças de 6 a 8 anos de idade. Seria aconselhável ter ao menos uma consulta de rotina anual para medir visão e orientações dependendo de cada caso" recomendou a médica oftalmologista. Segundo ela, são indicações de que a criança poderá desenvolver algum tipo de doença, como visão baixa para longe e dor de cabeça, e ainda dificuldade no aprendizado.
Poá
No ano passado, a Secretária da Saúde de Poá não ofereceu serviço oftalmológico, e casos foram encaminhados ao Sistema Central de Regulação de Ofertas Serviços de Saúde (Cross) para atendimento em outros serviços da região. Neste ano, Poá registrou 71 atendimentos no primeiro trimestre, sendo 43 a crianças e 28 a adolescentes.
*Texto supervisionado pelo editor.