Mogi - A Escola Clínica Transtorno do Espectro Autista deve ser inaugurada em Mogi das Cruzes em fevereiro de 2023. No último sábado, o prefeito Caio Cunha lançou a pedra fundamental da obra, que executada no terreno localizado na avenida Pedro Romero ao lado da AACD, no Rodeio. A unidade pretende oferecer escolarização e intervenção terapêutica, e consequentemente se tornar um espaço de socialização. O projeto foi apresentado em junho do ano passado, com a perspectiva que as obras tivessem início ainda em 2021. Porém, de acordo com a prefeitura, o contrato de execução da obra foi assinado em fevereiro deste ano.
Um coletivo de mães com filhos autistas faz parte da elaboração do projeto, e continua dando suporte na parte estrutural, apontando como deveria ser a estrutura sensorial da unidade. A pastora, empresária e mãe de Christian, de 12 anos que foi diagnosticado com autismo aos três anos, Marcela Diniz de Lourenço, contou que a proposta do espaço teve início em 2016, quando conversou com o então vereador Caio Cunha (Pode). A partir de um estudo de casos e do funcionamento de clínicas similares no Estado do Rio de Janeiro e na cidade de Santos, foi entregue uma proposta. "Esse público precisa que o ambiente não tenha tanto barulho e que tenha a iluminação adequada para que não seja um desconforto", destacou.
Quando Cunha se candidatou à Prefeitura, a pastora disse que ele prometeu fazer a Escola Clínica. "Ele fez a promessa de que se ele fosse prefeito ele faria essa clínica e foi isso que aconteceu", disse Marcela. O plano de funcionamento do espaço foi elaborado com a participação do grupo de mães e profissionais para definir o melhor aproveitamento. "Há grandes expectativas com a Escola Clínica. Espero que seja um ambiente que traga dignidade às pessoas com TEA e seus familiares. Creio que teremos um ambiente inovador e completo para o tratamento da pessoa TEA", afirmou Marcela.
Miriele Correia da Silva, mãe de Andrews, de 9 anos, diagnosticado com autismo aos 2 anos, faz parte do coletivo que impulsionou a realização da escola. Andrews atualmente estuda na Escola Municipal de Educação Especial (Emesp) Profª. Jovita Franco Arouche, na Vila Lavínia, mas assim que a unidade de ensino especializada iniciar as atividades, Miriele pretende transferi-lo.
O grupo de mães que Miriele faz parte reúne 168 responsáveis por crianças autistas chamado Resiliência Azul. Segundo ela, a maioria das mães leva os filhos para a unidade escolar que atende estudantes da rede municipal de ensino com qualquer tipo de deficiência. O grupo funciona como uma rede de apoio, em que os responsáveis se organizam para passear e realizar atividades com as crianças.
Em nota, a Prefeitura informou que a projeção inicial é de que o equipamento tenha capacidade 1,2 mil atendimentos por mês. O plano de trabalho está sendo construído pela equipe técnica especialista da Secretaria Municipal de Educação e será apresentado para o coletivo de mães. A unidade, que terá um mil metros quadrados construídos, terá oito setores: pedagógico, psicopedagógico, recepção/administração, clínico, apoio/serviços, convívio, circulação e áreas livres.