A família da aluna transexual agredida na Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco registrou, na manhã de hoje, um boletim de ocorrência (B.O.) no 1º Distrito Policial de Mogi das Cruzes. De acordo com o B.O., além da agressão sofrida, a estudante declarou que “os meninos da sala começaram a jogar bolachas e fazer piadinhas devido a mesma ser negra”. O caso foi registrado como lesão corporal.

Entenda o caso

Um vídeo divulgado ontem envolvendo uma série de agressões contra uma aluna transgênero, estudante da Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco, repercutiu nas redes sociais após a divulgação do Fórum Mogiano LGBT no perfil oficial.

Um conjunto de vídeos comprovou a violência ocorrida, e relatos de alunos apontaram que a vítima havia sofrido discriminação racial e bullying em sala de aula devido a identidade de gênero. Segundo as informações disponíveis na página oficial do Fórum, a aluna “não suportou tais agressões e reagiu na tentativa de se defender e cessar essas atitudes”.

 

 

O vídeo mostra o momento em que a jovem tenta reagir, e foi alvo de tentativa de linchamento por vários alunos. Nos vídeos ela aparece se escorando na parede e sendo protegida por servidores da escola.

De acordo com o Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil, coletivo de denúncias e apuração de dados sobre a comunidade, até o dia 31 de agosto de 2021 foram reportadas 207 mortes violentas no país, do início de 2021 até agosto. 

Quando analisado, a população de homens gays contabiliza mais de 49,28% (102) das mortes, seguido de mulheres trans e travestis, com 41,55% (86 mortes). Esses dados são os mais recentes, e retratam as mortes por violência e homofobia. Os dados ainda apontam o Estado de São Paulo como o estado que mais mata LGBTI+ no Brasil.

Assim que o Fórum recebeu as informações, solicitaram apoio do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e tentaram contato com a direção da escola.

O Prefeito Caio Cunha (Podemos) também se pronunciou ontem (9) por meio das redes sociais. "Como uma gestão que preza pela educação, não compactuamos com nenhuma forma de violência, principalmente em um ambiente que deveria oferecer respeito e segurança." O prefeito disse ainda que a unidade escolar não é responsabilidade do município, entretanto a gestão pode participar ativamente acionando a Diretoria de Ensino. 

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