Mogi - O vereador Otto Rezende (PSD) - então presidente da Câmara de Vereadores de Mogi das Cruzes - concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo MogiNews/DAT para fazer um balanço do primeiro ano da nova Legislatura, da qual foi presidente.

Otto foi escolhido por unanimidade dos votos no início do ano passado, durante a cerimônia de posse da nova composição da Câmara. A Mesa Diretiva contou com a participação do vereador Maurino José da Silva (Pode) como primeiro-secretário; Marcelo Porfírio da Silva (PSDB), o Marcelo Bras, como segundo-secretário; Iduigues Martins (PT) como primeiro vice-presidente e Fernanda Moreno (MDB) como segunda vice-presidente.

Em seu segundo mandato como vereador, Otto afirmou que a nova legislatura representou um grande desafio para os políticos na reabilitação da imagem da Câmara Municipal após cinco vereadores serem presos em investigação de corrupção do Ministério Público em setembro de 2020. "Com a prisão dos vereadores, a população olhava diferente para nós, e tivemos dificuldades nas eleições - nosso ponto de partida era resgatar o nome da instituição. Cumprimos a meta de democratizar a Casa, com as comissões permanentes, com as reuniões com o secretariado municipal. Em suma, buscamos fazer nosso papel de fiscalizadores para o povo", declarou.

Sobre a mudança entre as legislaturas, que teve renovação de mais de 65% na atual gestão, Otto afirmou que as expectativas eram altas por parte da população. "Temos que ajudar os novatos a evoluir, pois eles tem que entender que estamos para trabalhar e falar a verdade para a população sempre", disse.

Sobre o tema da independência entre os poderes, que foi a tônica na eleição para a nova Mesa Diretiva em 2022, Otto afirmou que em 2021 houve progressos em relação a temas e ao trabalho dos parlamentares, mas que ainda não houve um diálogo aberto e prévio entre os poderes. "O ideal seria que os projetos fossem discutidos em conjunto entre Executivo e Legislativo, mas vimos dificuldade nisso em alguns temas, que chegaram muito tarde. Mas a Câmara trouxe seus temas para debate e alguns pontos como o Auxílio Emergencial e o Auxílio Mogiano tiveram nossa contribuição", apontou.

Em relação à correlação de forças que se revelou na Câmara nas últimas sessões do ano, em temas como a própria escolha da Mesa Diretiva e a votação de temas como a Taxa de Conservação Ambiental (TCA), a Taxa do Lixo, Otto afirmou que sabe dos desejos do Executivo de poder contar com uma Casa dando apoio, mas que espera que a independência continue ocorrendo e evoluindo no Legislativo. "Nunca fui oposição ao governo, inclusive fui eleito com o apoio do Podemos, mas temos que ser pessoas que trabalham para Mogi. Quando não temos interlocução, não posso ser 100% a favor disso", explicou.

Como legado, Otto afirmou deixar uma Câmara saneada econômica e juridicamente. "Mais de 90% dos nossos problemas administrativos foram resolvidos, saneamos nossos processos com o Ministério Público, mesmo com muitas pessoas torcendo contra a gente. E é por isso que estamos lutando para que esta evolução continue, pois o povo vê na Câmara um porto seguro", concluiu. (A.D.)