A pandemia do coronavírus (Covid-19), à luz do retrospecto de quase dois anos completos de pandemia, lockdowns, surtos de contaminação e mortes, acabou trazendo lições e conhecimentos que não serão esquecidos tão cedo - entre elas, a necessidade de buscar o apoio dos entes mais próximos.
As declarações do governo do Estado no final desta semana, acerca da reabertura de leitos de Enfermaria e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sobre o apoio aos municípios do Alto Tietê, à revelia do Ministério da Saúde, mostrou uma das facetas que surgiram desde março de 2020: a autodeterminação de estados e municípios em buscar soluções na Saúde e outros pontos afetados pelo vírus.
Por diferenças ideológicas, atrasos técnicos e outros fatores, projeções colocam um cenário mais pessimista na economia, no número de infectados e mortos poderia ser maior - um dos exemplos são as projeções da Universidade de São Paulo e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o potencial de mortes a serem evitadas, que gira na casa das dezenas de milhares de mortes.
Este caso de "alienação governamental" em que a esfera federal, outrora tão cobrada e aguardada na tomada de decisões cruciais na vida de milhões de pessoas acabou por ser, em última análise, uma das promessas cumpridas do atual governo federal, que prometeu "mais Brasil e menos Brasília". O que, no final das contas, acabou gerando um efeito inesperado: a valorização das lideranças políticas e sociais locais, e o reforço na noção de que todo poder político deve ser feito por representantes de cada comunidade, cada bairro, cada cidade.
O Brasil começa a viver os seus primeiros momentos pré-eleitorais, onde o fervor da disputa política começa a agitar desde os grandes formadores de opinião e lideranças políticas às mesas de bar, conversas de mesa de jantar e círculos de amigos. E neste clima "nós por nós", temos a oportunidade de valorizar homens e mulheres comprometidos não apenas com posicionamentos políticos de ocasião, mas com necessidades das comunidades das quais fazem parte.