O orçamento doméstico de milhões de famílias em todo o país, e no Alto Tietê não há exceções, tem como um dos seus pontos fracos os gastos com combustível. Para uso nas tarefas domésticas ou no traslado para o trabalho ou para a escola, o uso do carro em 2021 passou a ter um peso cada vez maior.

O advogado Filipe Augusto Maciel Dias viu o custo com o combustível aumentar de R$ 150 para R$ 240 mensais desde o início do ano, e sentiu a diferença nos postos de abastecimento. "Passamos a usar mais etanol para ver se conseguimos economizar um pouco. Comparado com maio do ano passado, antes com R$ 140 a gente enchia o tanque, hoje não tá enchendo mais com gasolina. O jeito é usar menos o carro", contou.

A bancária Débora Cristina Fonseca também sentiu o impacto do aumento dos combustíveis ao longo do ano. "Cada vez que passo no posto para encher o tanque deixo R$ 130, saímos de um patamar em que pessoas comuns pegavam avião para onde só pessoas ricas conseguem andar de carro", queixou-se, sentindo o maior impacto a partir de maio deste ano.

A sensação de aumento constante dos combustíveis é corroborada pelos apontamentos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que divulga semanalmente a síntese do comportamento dos preços de combustíveis nas refinarias e nos postos. Em seu último boletim, que cobre a terceira semana de julho, a ANP registrou uma média nacional de R$ 5,833 no litro da gasolina e de
R$ 4,344 para o etanol.

No levantamento da agência reguladora, a média do preço no Estado de São Paulo chegou a R$ 5,504 por litro na gasolina e R$ 5,507 em média na Região Metropolitana de São Paulo. Em comparação com o preço praticado em julho do ano passado, a ANP apontou um aumento de 39,71% no litro da gasolina.

O aumento no preço do etanol, usado como alternativa por muitos motoristas, também foi notado pela ANP. Em janeiro deste ano, o etanol tinha uma média de R$ 3,055 na Região Metropolitana e chegou a R$ 4,144 no final deste mês. No acumulado do último ano, o preço teve uma alta de 58,17% para o consumidor.

O cenário apresentado pela ANP não está longe da realidade dos motoristas no Alto Tietê. Um levantamento de preços nos postos de combustíveis de Mogi das Cruzes mostrou que o litro da gasolina está, em média,
R$ 5,449 (variando de
R$ 5,199 a R$ 5,669), um pouco abaixo dos preços na capital e em outras cidades da Grande São Paulo. O etanol, por sua vez, pode variar entre R$ 3,897 e R$ 4,399 - um preço médio de R$ 4,148.

Em Suzano, o preço da gasolina nas bombas chegou a uma média de R$ 5,499 e o etanol a uma média de
R$ 4,099, num comparativo de até seis postos na região central e nos distritos do Boa Vista e Sete Cruzes.

Até mesmo quem trabalha diariamente no atendimento ao público sentiu a diferença nos últimos meses, como é o caso de Josias Ferreira Santos, frentista de um posto de combustíveis localizado na estrada dos Fernandes. "No começo do ano havia períodos em que o combustível avançava e reduzia, mas nos últimos meses realmente o preço vem subindo constantemente", apontou.