O médico Luiz Antonio do Nascimento, especialista em geriatria pelo Hospital Municipal do Servidor Público de São Paulo e especialista em clínica médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica, explicou que é preciso fazer uma distinção entre procedimentos médicos que podem ser adiados indefinidamente e aqueles que, embora possam ser adiados, devem ter acompanhamento.
"Precisamos ressaltar que algumas cirurgias podem ser consideradas não essenciais por serem de caráter estético. Outras, que são de especialidades, devem ser observadas antes que desenvolvam complicações que podem afetar a qualidade de vida ou mesmo a segurança do paciente", afirmou.
Uma das especialidades das cirurgias eletivas é a ortopedia, que pode ter complicações a médio e longo prazo. "Cirurgias para a correção de fraturas, em alguns casos, pode levar o paciente a ficar acamado por um longo período de tempo, desenvolvendo lesões como escaras, além do risco de uma infecção hospitalar caso seja internado por um período prolongado".
Na visão do especialista, a normalização da fila de espera pode ser de até dois anos. "Pelo número de pessoas que aguardam, do número de especialidades e da capacidade da rede, este pode ser o tempo até que a situação volte ao ponto de antes da pandemia", concluiu. (A.D.)