A subsede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) de Mogi das Cruzes contabiliza oito casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) na região. Entre funcionários, alunos e professores, o total de casos suspeitos já alcança 28 pessoas. Os professores continuam em greve sanitária contra o retorno das aulas presenciais e lamentam a decisão do governo do Estado em manter as escolas abertas mesmo com o recorde de internações registrado nesta semana.

O levantamento realizado pela Apeoesp em parceria com o Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação de São Paulo (Afuse) indica que até ontem os casos confirmados de infecção nas escolas da região já atingiram oito pessoas. Os três casos mais recentes foram registrados na escola Professora Vânia Aparecida Cassará, no distrito de Jundiapeba, onde um dos casos é de uma aluna e os outros dois de funcionários do colégio.

Ao todo, 19 escolas em Mogi, Biritiba Mirim e Salesópolis já informaram casos suspeitos para a subsede do sindicato, que cobre as três cidades. De acordo com a Apeoesp de Mogi, professores não concursados estariam sendo coagidos a continuar dando aulas sob ameaça de encerramento dos contratos, o que explicaria a não adesão de parte da categoria que continua nas escolas. "Até mesmo professores do grupo de risco e com outras comorbidades estão dando aulas presencias com medo de perderem o emprego", relatou a coordenadora da subsede, Vânia Pereira da Silva.

Para a representante do sindicato em Mogi, a recente decisão do governador João Doria (PSDB) em decretar maiores restrições na madrugada, mas ignorar a urgência de fechamento das escolas, é uma afronta a toda comunidade escolar.

"Essa medida paliativa não resolverá os problemas. O governo do Estado não tem a coragem para enfrentar a pandemia de verdade e só mantém as escolas abertas por pressão empresarial", contestou Vânia. "O Estado já reconhece a necessidade de maiores restrições devido ao recorde de casos e o surgimento de uma nova cepa do vírus, mas, ainda assim, reluta em aplicar restrições de verdadeiro impacto no período diurno, que é quando a maior parte da população circula e as escolas estão abertas", completou a dirigente. (L.K.)