Representantes do comércio do Alto Tietê estão apreensivos com a declaração do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), feita na tarde de ontem, sobre uma possível regressão da região metropolitana da capital, e com isso o Alto Tietê, para a fase 2 (laranja) do Plano São Paulo de retomada das atividades econômicas, em razão da pandemia de coronavírus (Covid-19).
O anúncio ocorreu durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O secretário de Estado da Saúde, Jean Gorintcheyn, informou que na terceira semana epidemiológica do ano, a Grande São Paulo alcançou uma taxa de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na ordem de 70,5%, o que tiraria o Alto Tietê da Fase 3 (Amarela). O anúncio da nova reclassificação, se houver, vai ocorrer amanhã.
Caso esta situação se concretize, estabelecimentos comerciais de todos os setores poderão funcionar na fase laranja com até 40% de ocupação permitida, tal qual acontece hoje na fase amarela, mas o funcionamento ficará limitado a oito horas por dia, com fechamento obrigatório às 20 horas, e não será permitido o atendimento presencial em bares e restaurantes.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), Valterli Martinez, ressaltou que a entidade vem acompanhando de perto as movimentações do governo do Estado, e que está articulando com as associações comerciais das dez cidades da região para uma ação em conjunto com as prefeituras em prol da defesa dos interesses de comerciantes e empresários.
Para o presidente do Sincomércio, as novas regras do governo do Estado que permitem o funcionamento dão mais espaço para o desempenho da atividade econômica, mas setores como bares e restaurantes podem ter um impacto maior caso não haja a possibilidade de desempenho de suas atividades. "Desde o início da pandemia tivemos mais de 5 mil vagas de empregos fechadas e 1,2 mil empresas encerrando suas atividades", advertiu.
Martinez ressaltou que o trabalho coordenado com as prefeituras do Alto Tietê vem pela proposta de adesão completa das regras do Plano São Paulo, uma vez que não é possível o relaxamento da aplicação das sanções. "Aderimos ao programa, mas é fundamental que as prefeituras possam ajudar também os setores que são atingidos pelas medidas".
ACE de Suzano
Segundo o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Suzano (ACE), Fernando Fernandes, o comércio local vem acompanhando os desdobramentos do Plano São Paulo. O presidente da entidade reforçou que todas as medidas para o distanciamento social e os protocolos sanitários são tomados para garantir a segurança de clientes e usuários dos comércios e serviços. "Nós estamos em contato com o Sincomércio para buscar todas as alternativas possíveis para garantir que o comércio local não venha a ser prejudicado com uma possível regressão do Plano São Paulo para nossa cidade e nossa região", afirmou Fernandes.