A diminuição das chuvas na região, que vem sendo notada desde o ano passado, é um dos principais fatores para a queda dos níveis das represas do Sistema Produtor Alto Tietê (Spat). No entanto, outro motivo citado pelo pesquisador e professor de Ciências Biológicas da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Ricardo Sartorello, é a perda da vegetação.
De acordo com o especialista, a região é abastecida pelas nascentes dos rios, chamadas cabeceiras, que naturalmente têm volumes de água menores. "Por este motivo, o abastecimento também depende da captação da água através do solo, um processo realizado por meio da vegetação. Enfrentando problemas com a perda da vegetação, o abastecimento das represas é consequentemente prejudicado", detalhou.
Ainda de acordo com Sartorello, embora não se recorde de uma área específica onde o problema é maior, é necessário que as áreas de vegetação sejam cada vez mais aprimoradas para que a absorção da água no solo seja maior. Já em relação à queda das chuvas, a probabilidade, segundo o professor, é que neste mês a quantidade também fique abaixo da média.
No dia 22 de janeiro do ano passado, o volume médio das represas do Spat estava em 84%, diminuindo para 57% na mesma data deste ano. Somente a represa de Paraitinga, na mesma data de 2020, apresentava volume de 85%; enquanto neste ano o total foi de 41%. Isso significa que, até o momento, chove menos nesse período de estiagem em relação a janeiro de 2020.
A represa de Ponte Nova fechou o dia 22 de janeiro do ano passado com um volume total de 92% e na mesma data deste ano, o índice caiu para 77%. Os dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apontaram ainda que no mesmo período do ano passado o volume total era de 69% na barragem de Jundiaí, chegando a apenas 24% neste ano.
Em Biritiba, o volume passou de 45% no ano passado para 30% na mesma data deste ano. Por fim, na represa de Taiaçupeba foi notada a queda de 79% para 25%. (T.M.)