Entidades produtivas de diferentes setores de Mogi das Cruzes se revoltaram com o aumento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O aumento do tributo foi decretado pelo governo do Estado e entra em vigor neste mês. A alta deverá gerar um repasse aos consumidores no preço final de diversos produtos e serviços. Para a industria, comércio e agricultura, a elevação do imposto compromete a recuperação econômica, dificulta a geração de empregos e cria o risco de migração de empresas para outros Estados. Mesmo com o recuo do governo do Estado que decidiu cancelar o reajuste em itens como alimentação e remédios, a insatisfação continua.
Sancionada no final do ano passado pelo governador João Dória (PSDB), a cobrança do ICMS poderá chegar até 13,6% para alguns setores neste ano, segundo cálculo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "O aumento de tributação é maior para as micro e pequenas empresas", disse a entidade, destacando que negócios que distribuem carne, lâmpadas, pneus, câmaras de ar e calçados serão os mais afetados.
A regional do Alto Tietê do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) informou que pretende lutar contra a decisão do governo do Estado. "Essa medida vai impactar o preço final dos produtos e, consequentemente, comprometer o bolso dos consumidores, além de ampliar as chances das empresas se mudarem para outros estados, causando alta no desemprego", pontuou José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp Alto Tietê.
Seguindo a linha de produção, o Comércio também seria prejudicado com o aumento do ICMS em uma fase que ainda tenta se recuperar dos efeitos da pandemia. O Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio) reclama que que o momento é inapropriado para a cobrança. "Esse imposto está embutido no preço da mercadoria e esse aumento deverá diminuir ainda mais o poder de compra dos consumidores que já foi bastante afetado pela pandemia. A medida diminuirá as vendas do comércio e consequentemente os empregos gerados pelo setor", explicou Valterli Martinez, presidente do Sincomércio.
Entoando o reclame, o Sindicato Rural de Mogi das Cruzes também se posicionou contra o aumento e já promoveu nesta semana manifestações como a realizada na última quinta-feira.
Os produtores rurais de Mogi e região promoveram uma carreata como protesto. Ainda segundo o calculo da Fiesp, os agricultores serão um dos mais atingidos. A taxação será elevada em 13,6% para o consumo de energia elétrica nos estabelecimentos rurais. O Estado voltou atrás e tirou da lista de aumentos os alimentos e remédios.
* Texto supervisionado pelo editor