Os trechos do rio Tietê que abrangem Mogi das Cruzes estão caminhando para a despoluição de maneira positiva, embora este ainda seja um processo longo. O levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica, divulgado há duas semanas, mostrou que neste ano os dois fragmentos do rio Tietê no município estão classificados como regulares, sendo que, há um ano, ambos estavam posicionados como ruins em função da qualidade da água. O rio Tietê é fonte de abastecimento para a cidade por meio do Serviço Municipal de Águas e Esgoto (Semae), que realiza o tratamento antes de chegar à população.
O educador ambiental da Fundação SOS Mata Atlântica, Cesar Pegoraro, afirmou que dificilmente de um ano para o outro se tem grandes melhorias. "No processo de análise neste último ciclo, em comparação com anos anteriores, é possível notar uma melhora, o que é positivo. Para ser atingida a qualidade boa, ainda há muitas ações a serem feitas", pontuou.
Nessas ações, Pegoraro citou a universalização do saneamento básico na região; recomposição e preservação da mata ciliar ao longo dos afluentes e do próprio Tietê; instalação de sistemas para controle da poluição difusa; ampliação ações de educação ambiental; ampliação da fiscalização em locais com alto risco de poluição; como indústrias, garagens, plantações que utilizam agrotóxico, entre outras.
A qualidade da água funciona como um espelho da sociedade, que reflete o como é necessário ampliar a discussão e os projetos de preservação e recuperação. "Rios classificados como regular significam em partes um risco à saúde da população, pelo consumo de água, ou de pescado, pela irrigação, ou através do contato", acrescentou o educador ambiental.
Por estes motivos, ele relembrou ainda que é sempre necessário estar engajado às melhorias, já que todos dependem da água para as atividades cotidianas. Sendo assim, ele considera inadmissível que a população deseja água limpa para consumir e que, ao mesmo tempo, não tenha preocupação com o destino da água servida.
Relatório
O relatório realizado pela SOS Mata Atlântica apresenta a evolução dos indicadores de qualidade da água na bacia hidrográfica de todo o rio Tietê, com base nos dados do monitoramento mensal realizado em 83 pontos de coleta, distribuídos em 47 rios, nas bacias hidrográficas do Alto Tietê, Médio Tietê, Sorocaba e Piracicaba, Capivari e Jundiaí - que abrangem 102 municípios das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Sorocaba, no período de setembro de 2019 a agosto de 2020.