O Sindicato Rural de Mogi das Cruzes deverá apresentar um projeto de adequação para as Casas da Agricultura amanhã em reunião com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e outras entidades relacionadas. O encontro marcará o segundo mês de discussões sobre o futuro das estruturas que oferecem diversos atendimentos aos produtores rurais do Alto Tietê.
Conforme adiantou o Grupo Mogi News na primeira reunião sobre o tema, o sindicato tem a expectativa de manter as Casas da Agricultura, nem que para isso seja necessário a fusão de duas ou mais estruturas da região. Atualmente, além de Mogi, há Casas de Agricultura em Suzano, Guararema e Biritiba Mirim.
As reuniões foram instigadas em reação à ameaça de encerramento dos serviços prestados por estas entidades em todo o Estado para cumprir com as políticas de ajuste fiscal propostas pelo governador do Estado, João Doria (PSDB), por meio do Projeto de Lei 529/2020.
O encerramento dos espaços, no entanto, impactaria negativamente em provavelmente 2.587 das 4.528 propriedades de produção agropecuária catalogadas no Alto Tietê, segundo o levantamento realizado pelo sindicato mogiano.
De acordo com os dados passados à reportagem, cerca 57% dos produtores agrícolas ficariam sem a estrutura. Além das orientações técnicas dadas por veterinários e agrônomos, as estruturas mantidas pelo governo do Estado oferecem uma série de serviços que o pequeno e médio agricultor da região não possui condições de contratar.
Sem os serviços ofertados pelo Estado, o produtor dependerá exclusivamente da iniciativa privada para garantir a produção e isso impactaria diretamente no preço dos produtos aos consumidor. Mogi e as cidades do entorno fazem parte do Cinturão Verde de São Paulo, área que responde por cerca de 80% das hortaliças comercializadas na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Na reunião de amanhã, participarão também outras entidades interessadas como a Secretaria Municipal de Agricultura, Escritório de Desenvolvimento Rural do Estado, Escritório de Defesa Agropecuária do Estado e a Câmara Técnica de Agricultura do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat). Os encontros ocorrem mensalmente de forma virtual.
*Texto supervisionado pelo editor.