O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) comemorou a decisão da Prefeitura de Mogi das Cruzes de prorrogar a suspensão das aulas presenciais na rede municipal, estadual e particular até 6 de novembro.
Os conselheiros avaliam que a decisão, apesar de não contemplar a proposta original do sindicato - que demanda o retorno das aulas apenas em 2021 -, respeita o resultado da consulta pública da Secretaria de Educação de Mogi das Cruzes.
"Assim como já foi decidido em algumas cidades da região, como Suzano e Arujá, propomos que o retorno presencial das aulas só ocorra no próximo ano. E essa proposta vai de acordo com o que os pais, alunos e professores responderam na consulta pública", declarou a professora Inês Paz, conselheira estadual licenciada do sindicato.
Inês fez referência aos 24.131 votos contrários ao retorno das aulas neste ano, o resultado representa 89% das respostas para a pesquisa promovida pela Prefeitura em agosto.
De acordo com a professora, o decreto que prorrogou o retorno das aulas para o começo de novembro, em parte, também é fruto da reunião que a Apeoesp teve com o Juliano Abe (MDB), vice-prefeito e presidente do Comitê Gestor de Retomada Gradativa de Atividades Econômicas no final de setembro. Na ocasião, os professores explicaram a situação adversa para o retorno das aulas neste ano.
Outro ponto que pesou na decisão de prorrogar a suspensão das aulas presenciais foi a testagem realizada entre 21 e 25 de setembro com 3.749 alunos da rede municipal. O levantamento revelou que 4,2%, ou 159 crianças testadas, já tiveram contato com a Covid-19. Os dados indicam que as crianças estão mais suscetíveis a serem contaminadas e transmitir o novo coronavírus, o que poderia desencadear uma segunda onda da contágio.
Segundo o sindicato dos professores, ocorreram tentativas para o retorno das aulas presenciais na cidade por parte do governo do Estado. A Apeoesp informou que a Dirigente Regional de Ensino tentou articular com a Prefeitura de Mogi das Cruzes um decreto para permitir o retorno das aulas na rede estadual. Além disso, a dirigência teria rejeitado sem uma justificativa plausível a oferta do Executivo Municipal para testagem em massa dos alunos da rede estadual. Até o momento apenas os alunos sob responsabilidade do município foram testados.