O Dia das crianças, comemorado no próximo dia 12, promete aquecer as vendas nesta semana. Para as lojas especializadas, a data costuma ser o "segundo Natal" do ano e por isso será de grande importância para a recuperação dos comércios que tiveram as vendas praticamente estagnadas desde o inicio da quarentena, em março, para conter o avanço do coronavírus (Covid-19).
Na região central de Mogi das Cruzes as opiniões dos lojistas de brinquedos, roupas e calçados infantis são positivas. Mas se por um lado, a data oferece a oportunidade de alavancar as vendas depois de meses de estagnação e prejuízo, há quem desconfie que esse pode ser mais um dia fraco de comércio, considerando a situação financeira dos consumidores.
Outros comércios que dependem de datas como a Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namoradores amargaram baixa movimentação nos meses de restrições mais intensas. Para estes lojistas, o resultado só poderá ser recuperado no próximo ano. Já no Dia dos Pais, os comerciantes relataram um aquecimento interessante que acabou superando a expectativa de muitos.
Para Milton Celestino dos Santos, gerente de uma loja de brinquedos na rua Doutor Deodato Wertheimer, o Dia das Crianças será um alivio depois de meses de prejuízo. "A expectativa é totalmente positiva, percebo que depois dessas flexibilizações muitas pessoas estão saindo mais e fazendo compras. Esperamos uma crescimento de 5%, o que é muito bom considerando que estávamos trabalhando no negativo desde março", explicou
Celestino explicou ao Mogi News que a estratégia da loja é trabalhar com preços atrativos. "Fazemos de tudo para não repassar o aumento das mercadorias para os clientes, a maior parte de nossos produtos vem por importação e estão bem mais caros agora. Mas como trabalhamos com grandes quantidades, conseguimos reduzir esse valor e manter o preço baixo", relatou.
Ainda na região central, em uma loja de roupas e calçados infantis, a coordenadora Juliana Franco aguarda ansiosamente pela melhor data do ano antes do Natal. "Esperamos vender bastante nesse mês por conta do Dia das crianças e estamos correndo para atingir nossas metas. Percebo que as vendas já começaram a aquecer um pouco desde a última semana de setembro", disse.
Juliana explicou que as vendas desse ano têm um diferencial em relação ao ano passado devido a pandemia. "Vejo que as pessoas estão preocupadas com o impacto do isolamento no convívio com as crianças e por conta disso buscam presenteá-las para tentar suprir essa ausência. Os presentes agora tem uma conotação muito maior de carinho e cuidado" completou.
Já para Takao Hoshida, gerente de uma loja especializada em artigos infantis o cenário ainda é desanimador. "Esta muito parado, não senti uma melhora nas vendas. Mesmo com a normalização, vejo que as pessoas ainda têm muito medo de sair de casa e estão sem dinheiro também, o desemprego está alto", lamentou.
Hoshida reclamou que a grande concentração de lojas do mesmo setor na região central também é um fator, para além da pandemia, que dificulta muito as coisas. O gerente, no entanto, assim como os outros entrevistados, espera que as vendas melhorem nessa semana que antecede o Dia das Crianças.
*Texto supervisionado pelo editor.