Com o aumento expressivo de entregadores nas ruas, seria natural uma competitividade grande entre os profissionais na disputa por entregas e pelas melhores gorjetas. Entretanto, o que a categoria conta é que nas ruas o convívio entre os entregadores é plenamente amigável, respeitoso e de compreensão com a realidade de cada uma das pessoas que estão prestando o serviço. 
Segundo conta o entregador Luiz Fernando Branco, que atua em Mogi das Cruzes, a categoria é receptiva com os novos membros. "Uma boa parte de quem está na rua fazendo o serviço de entrega é porque ficou desempregada e precisa levar comida para casa. Entendemos a realidade de cada parceiro e acaba não tendo confusão nenhuma, pelo contrário", completou Branco.
No mesmo sentido, o entregador Carlos Eduardo Minas de Jesus afirma que em Mogi, onde também atua, a disputa  desrespeitosa não existe. Segundo ele, até o apelido dado pelos amigos de profissão - Zé Pequeno - foi uma brincadeira que surgiu entre as corridas. "É muita amizade, sempre conversamos entre as viagens. Eu, pessoalmente, peguei o conhecimento das ruas, dessa 'malícia' da entrega, desse contato com os outros motoboys", completou Jesus.
Protesto
Colocando em prática essa união, cerca de 180 entregadores fizeram na semana passada uma manifestação em Mogi das Cruzes para cobrar iniciativas dos órgãos de segurança pública em relação a quantidade de assaltos que a categoria vem sofrendo. Segundo lideranças do grupo, assaltos e emboscadas têm aumentado nos últimos meses com o crescimento da quantidade de entregadores nas ruas devido às restrições impostas pelo novo coronavírus. (F.A.)