Quatro das sete candidaturas que disputam a Prefeitura de Mogi das Cruzes nestas eleições declararam mais despesas que receitas, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Estão nessa situação os candidatos Felipe Lintz (PRTB), Marcus Melo (PSDB), Michael Della Torre (PTC) e Rodrigo Valverde (PT).
Os candidatos afirmam ter acompanhamento técnico contábil e que estão cientes de que não estão infringindo a legislação eleitoral. Isso porque eles têm até 15 de novembro para fazer a declaração final de despesas e receitas. Segundo a lei eleitoral, o concorrente tem direito de terminar a campanha inadimplente, desde que o partido reconheça essa dívida oficialmente perante a Justiça Eleitoral. Caso contrário, o concorrente ao cargo pode ser alvo de uma ação e tornar-se inelegível.
Segundo os dados do TSE, o candidato que mais arrecadou também é o que tem mais despesas, por enquanto. O atual prefeito, Marcus Melo, declarou receita de
R$ 630.100, disparado o maior valor em arrecadação entre todos os concorrentes ao Executivo. Entretanto, até o momento, Melo já declarou ter gasto R$ 1.189.535,04. A maior parte de suas despesas foi com a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo. Dentre as receitas de Melo, R$ 250 mil foram doados pela Direção Nacional do Partido Liberal, o maior valor destinado à campanha.
O candidato Rodrigo Valverde (PT) é o segundo com mais despesas em números absolutos. Até o momento, o candidato gastou R$ 149.868,90 com a campanha, boa parte com a produção de propagandas audiovisuais (R$ 42 mil), e declarou ter receitas de
R$ 121.608,53, valor totalmente disponibilizado pela direção estadual ou distrital do Partido dos Trabalhadores, sua sigla nesta eleição.
Fecham a lista das maiores despesas, Michael Della Torre, que gastou R$ 21.478,26 e não declarou receitas até o momento; e Felipe Lintz, que já empenhou R$ 8.399,35 e declarou ter recebido
R$ 7.309,00.
Até o momento, Caio Cunha (Pode) é o que possui situação financeira mais positiva em sua campanha, já que possui R$ 246.180,90, considerando sua receita total declarada (R$ 274.020,00) e suas despesas até o momento (R$ 27.839,10). Fred Costa (PDT) também aparece com folga nesta relação. Até o momento, foram empenhados R$ 28.511,35 do total de R$ 150.200,00 declarados (R$ 121.688,65 a serem utilizados).
O candidato Miguel Bombeiro (Pros), que declarou receita de R$ 65 mil e, até o momento, não divulgou nenhuma despesa com sua campanha política, teve a candidatura indeferida ontem pela Justiça Eleitoral por ausência de prestação de contas em sua campanha de 2018 a deputado federal.
Marcus Melo afirmou que sua candidatura, ao contrário das demais, segue exatamente o que determina a legislação. "Todas as despesas já contraídas, todos os contratos feitos, mesmo que ainda não tenham recebido nenhum aporte financeiro, já foram lançados", explicou.
Já Valverde diz que prefere ser transparente do que omitir algum gasto, mesmo que não tenha arrecadado. "Quero trabalhar para convencer as instâncias do partido para que me mandem mais receitas. Também vou abrir uma vaquinha eletrônica na internet", adiantou.
O candidato Della Torre afirmou que está sendo orientado tecnicamente por um contador especialista em contabilidade eleitoral. "Nossa campanha será custeada apenas por doações particulares, sendo certo que eu mesmo arcarei com a maior parte das despesas", argumentou.
A reportagem tentou contato com o candidato Lintz para um posicionamento sobre o tema, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. (F.A.)