Em votação apertada, o Sindicato dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) decidiu acatar a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e retornar ao trabalho. Anteontem, a Corte julgou a greve e determinou o fim da paralisação, que já durava 35 dias. Na região, dos 600 funcionários, 420 cruzaram os braços, 70% do total.
A assembleia contabilizou 699 votos favoráveis pelo fim da greve, 671 votos contrários e 38 abstenções. A votação foi apertada, e a relutância de boa parte da categoria pode ser explicada pelo resultado amargo no tribunal. Se permanecesse em greve, a multa diária seria de R$ 100 mil.
Os ministros consideraram que o movimento não foi abusivo, mas os trabalhadores terão um desconto do salário equivalente à metade dos dias parados. A principal reivindicação, a manutenção da totalidade das cláusulas de um Acordo Coletivo, firmado em 2019, não foi atendida. Das 79 cláusulas, o TSE decidiu pela manutenção de 29. Boa parte não impacta diretamente na renda dos funcionários, pois são cláusulas sociais, isto é, promotoras de campanhas de conscientização.
Ainda assim, o sindicato avaliou que a direção dos Correios não conseguiu tudo o que queria e o resultado poderia ser ainda pior, não fosse a mobilização. O TST determinou uma correção salarial de 2,6%, enquanto a empresa era contrária a qualquer valor. "Não houve derrota, mas um avanço do inimigo. Este é um recuo tático, sem o qual as perdas poderiam ser maiores" declarou o sindicato.
Os Correios declararam que a situação trata-se uma adequação à realidade do país que enfrenta um momento de crise e por este motivo o corte de gastos se faz necessário. (L.K.)