Com o trabalho social independente que realiza há 12 anos, o Guarda Civil Municipal (GCM) mogiano Marcos Moraes já reconectou mais de 250 famílias que tiveram membros distanciados por inúmeros motivos. Os mais comuns, segundo ele, são pelo uso de entorpecentes e brigas com familiares, sendo pais ou companheiros afetivos. Todo o trabalho de Moraes é realizado por meio de recursos próprios, sendo que apenas em algumas ocasiões ele conta com o auxílio de vaquinhas solidárias.
Há anos, Moraes atuava vendendo lanches próximo ao Bar do Amarelinho, popularmente conhecido pelos alunos da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), quando teve os primeiros contatos com pessoas em situação de rua. Nessas noites, muitos destes moradores pediam doações de lanches para o guarda municipal que, pouco tempo depois, sentiu a necessidade de ajudá-los não só com a alimentação.
"Comecei a pensar no que eu poderia fazer além de oferecer um simples lanche a eles e, quando entrei para a GCM de São Paulo, com 46 anos, tive mais oportunidades de ajudá-los. Isso porque, lá a população de rua é ainda maior", disse Moraes. Nos intervalos do trabalho, ele aproveita para se aproximar dessas pessoas mais vulneráveis e entender o porquê de elas estarem vivendo nas ruas.
Após os primeiros diálogos, quando o GCM toma conhecimento de toda a história dessas pessoas, um ponto crucial é a vontade de se reencontrar com suas famílias. Caso os moradores demonstrem certeza em querer se reconciliar com os familiares, Moraes dá início à outra parte de seu trabalho comunitário. A partir daí que ele começa a busca por estas pessoas, utilizando diversos meios de comunicação.
"Eu pago um site de pesquisa particular que me oferece mais facilidade para encontrar pessoas, e isso me ajuda muito na busca pelos familiares de quem vive em situação de rua. Além disso, também faço buscas pelas redes sociais e até telefono para orelhões onde os familiares residem para tentar encontrá-los", explicou Moraes.
Apoio
Para o guarda municipal, a maior dificuldade está relacionada às condições financeiras para concretizar estes reencontros. É comum que, ao romper o relacionamento familiar, os vulneráveis que acabam por viver nas ruas se mudem para outras cidades ou até mesmo para Estados diferentes. Por este motivo, custear as passagens de volta ao local de origem e às famílias, por vezes, se tornar uma tarefa árdua para o GCM.
Em alguns casos, Moraes recebe ajuda financeira por meio de vaquinhas solidárias, com doações em dinheiro para que mais uma pessoa reencontre sua família. Aos que desejam obter ajuda ou impulsionar o trabalho social, basta entrar em contato pelo telefone (11) 94756-0899.
Mesmo durante a pandemia de Covid- 19, o trabalho social independente continua sendo realizado com todas as medidas de segurança necessárias para conter o novo coronavírus.