Desde o início da pandemia da Covid-19, muito foi comentado sobre alternativas que resultassem na identificação de pessoas que possuem o vírus. Dentre as possibilidades, a testagem em massa ganhou força popular, mas não foi defendida pelos muitos infectologistas e nem colocada em prática nos grandes centros.
Segundo especialistas da área, tal procedimento nunca foi a melhor estratégia para identificação de pessoas contaminadas, mesmo no atual cenário da pandemia, em que milhares de casos já foram diagnosticados no Alto Tietê. 
"Testagem em massa não seria a melhor estratégia em nenhum momento. O ideal, no início, e que poderia, sim, ter mudado os rumos da pandemia no Brasil, como mudou em países que implementaram essa medida, seria testar todos os casos suspeitos", explicou a médica infectologista com doutorado na Universidade de São Paulo (USP), Claudia Mello. O método funcionaria como uma corrente.  "Assim, tanto pessoas com sintomas quanto as que tiveram contato com os infectados seriam isoladas. Além de permanecerem em isolamento social, esses indivíduos que tiveram contato com a Covid-19 seriam rastreados e teriam um acompanhamento, caso desenvolvessem os sintomas", completou a especialista. "Se os resultados médicos indicassem o contágio, teria início o mesmo acompanhamento em novos casos suspeitos, ou seja, em pessoas que tiveram contato com esses novos infectados". 
Para a infectologista, esta estratégia ainda pode ser implantada e tem o potencial de diminuir o número de casos na população, assim como ocorreu desde o inicio da pandemia na Coreia do Sul, reconhecida como exemplo no combate a pandemia.
Outra estratégia que pode ser confundida com testagem em massa são os estudos de soroprevalência. Nesse caso, de acordo com a especialista, uma amostra representativa da população é testada para refletir a incidência da doença. Nessa estratégia são detectados os casos assintomáticos. "Vale ressaltar que essa tática não visa diminuir o número de casos, como a explicada anteriormente, mas ainda assim traz informações valiosas para a projeção de políticas públicas eficazes", completou Claudia.
A Secretaria Municipal de Saúde completou em maio a coleta de materiais para a retestagem dos testes rápidos realizados em mil mogianos para estudo do comportamento do novo coronavírus na cidade. A primeira amostragem foi realizada entre os dias 20 e 26 de abril e, na ocasião, 2,5% testaram positivo.
Contato
De acordo com informações passadas pelo vereador Mauro Araújo (MDB), na última semana, especialistas apontam que cerca de 40% da população mogiana já teve contato com o novo coronavírus, ou seja, cerca de 180 mil pessoas. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que não se trata de um estudo realizado pela Pasta e que não consegue projetar quantas pessoas já estiveram em contato com o vírus. O parlamentar disse que a informação foi passada por fontes ligadas ao setor de Saúde do Estado de São Paulo. 
Oficialmente, até ontem, a cidade possuía 7.312 pessoas contaminadas.