Entregadores de Mogi das Cruzes e região fazem amanhã uma manifestação cobrando mais segurança para a categoria durante a pandemia da Covid-19. Segundo lideranças do grupo, assaltos e emboscadas têm aumentado nos últimos meses com o crescimento da quantidade de entregadores nas ruas devido às restrições impostas pelo novo coronavírus.
O protesto será às 14 horas, em frente ao Mogi Shopping, local onde é possível visualizar grande movimento diário de entregadores devido ao fluxo do pedidos oriundo do centro de compras. A Associação de Motoboys de Mogi das Cruzes e do Alto Tietê estima que aproximadamente 300 entregadores participem do ato. 
Luiz Fernando Branco, entregador e vice-presidente da associação, informou que desde o início da pandemia a quantidade de entregadores quintuplicou em Mogi, passando de aproximadamente mil profissionais para cinco mil. O convívio entre os motoboys é amigável, de acordo com ele, já que há o entendimento de que "boa parte de quem está fazendo esse trabalho perdeu o emprego por conta da pandemia e precisa de renda".
Com tantos profissionais em atividade, muitos deles sem experiência na atividade, chamada por Branco de "malícia da rua", a quantidade de acidentes com entregadores aumentou. A  entidade deseja que a Prefeitura disponibilize um curso de direção segura para os profissionais interessados. "Pedimos para a secretaria um espaço, um agente de trânsito e um instrutor para ensinar os novos meninos que estão na rua", disse Branco.
Segurança
O entregador e vice-presidente da associação afirmou ainda que em bairros como Oropó, Vila Jundiaí e na região central da cidade, os entregadores são frequentemente alvo de criminosos interessados nas motocicletas. Segundo o representante, a categoria não conseguiu contato com a Polícia Militar para expressar a falta de segurança no trabalho, nem com a Secretaria Municipal de Segurança Pública, órgão com o qual pretendem se reunir para tratar do tema. 
"A gente precisa de um canal facilitado. Estamos nas ruas trabalhando e sem segurança. Além disso, precisamos de mais policiamento. Estamos sofrendo com essa situação", explicou Branco. Segundo ele, as blitzes da polícia ocorrem "nos mesmos lugares" , o que faz com que os criminosos não passem pelos locais com os veículos roubados.
A Secretaria Municipal de Segurança informou que em nenhum momento foi procurada por representantes da categoria para tratar sobre o assunto e que "qualquer planejamento para a atuação efetiva de repressão a este tipo de crime deve ser feito pelas Polícias Militar e Civil". A reportagem também tentou contato com a Secretaria do Estado de Segurança Pública (SPP), mas até o fechamento desta reportagem não havia recebido resposta.