Na primeira semana com a liberação de funcionamento em oito horas contínuas, o comércio sentiu uma leve melhora nas vendas, enquanto a fiscalização classificou o período como tranquilo. A flexibilização das atividades comerciais, imposta pelo governo do Estado por meio do programa Plano São Paulo, vem sendo benéfica para diminuir aglomerações em lojas, mas, em relação ao aumento das vendas nos setores comerciais, nada de muito significativo.
Todas as atividades comerciais permitidas na fase amarela do Plano São Paulo receberam a liberação do governo do Estado e da Prefeitura para funcionar por oito horas diárias. Até então, eram permitidas seis horas por dia.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio), Valterli Martinez, a real melhora sentida pela categoria neste período de maior flexibilização foi na maior atenção dada às determinações sanitárias de controle da pandemia da Covid-19, além de ser visível que as aglomerações em portas de estabelecimentos são menores, já que os consumidores têm um período maior para fazer suas compras. Martinez relembrou que a categoria, quando trabalhando por apenas quatro horas diárias, registrava filas nas portas das lojas e maior dificuldade em manter as medidas de segurança necessárias. Se tratando de aumento das vendas, isso ainda não é sentido. "Sabemos que o poder aquisitivo da população caiu muito nesse período de crise sanitária, e essa extensão do horário aumentou um pouco as vendas, mas ainda não é o suficiente para manter o mercado sustentável, como antigamente", lamentou o representante da categoria.
Por parte da fiscalização, a avaliação é positiva. O secretário municipal de Segurança, Paulo Roberto Madureira Sales afirmou que percebeu a colaboração das partes envolvidas no comércio, tanto da fiscalização, em acompanhar o fechamento das lojas, quanto dos comerciantes que, em sua imensa maioria, estão respeitando as determinações, e também dos consumidores. O problema, segundo o titular da Pasta, continua sendo os eventos clandestinos que continuam a ocorrer no município. "Agora a gente vai ter a liberação de eventos, festas, shows, com uma série de medidas, o que, aos poucos, começa a diminuir essa ansiedade", explicou o secretário. "O papel da guarda e da fiscalização é coibir os excessos e punir quem não respeitar. Mas vejo Mogi no caminho certo deste novo normal", completou.
Recuperação
Apostando em um cenário otimista nas vendas de final de ano, o presidente do Sincomércio manteve a projeção de 2 anos para que o setor consiga se estabelecer no mesmo patamar que se encontrava no período pré-pandemia. A estimativa já havia sido projetada no início da pandemia, quando o cenário já se mostrava negativo ao comércio.