Importante liderança política de Mogi das Cruzes, o ex-prefeito e ex-deputado federal Junji Abe (MDB) se colocou na tarefa de conciliar outros líderes municipais durante as eleições deste ano para que haja continuidade na administração da cidade.
"Eu sou aquele que, se houver briga das grandes lideranças políticas, quem vai atuar como conciliador para que não ocorram essas divergências", disse o político. "Precisamos clarear a consciência dos eleitores para que tenhamos bons representantes", completou.
Para tentar entender ainda mais o cenário político municipal, o ex-prefeito se encontrará nos próximos dias com seu filho, o vice-prefeito Juliano Abe (MDB).
Junji concedeu as respostas sobre seu papel "conciliador" após a reportagem questionar sobre as, cada vez mais claras, divergências de opiniões entre o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD) e o atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Marcus Melo (PSDB).
Nos últimos dias, o deputado Bertaiolli afirmou que seu partido pretende lançar candidatura própria, confirmando que continuará na Câmara Federal e vai abrir mão de concorrer ao pleito municipal.
"Vamos tentar até o final de agosto uma candidatura própria", afirmou Bertaiolli em entrevistas recentes. "Estamos trabalhando para isso: lançar a candidatura própria do PSD", completou.
"Vou influir perante as pessoas para que haja essa continuidade administrativa. Não podemos perder o desenvolvimento da cidade por brigas políticas, como ocorre em outros municípios", disse o ex-prefeito, citando a falta de continuidade como um dos grandes problemas da administração pública, principalmente em nível nacional.
Segundo ele, após o encontro com o filho, concederá sua opinião sobre o cenário político da cidade. Junji foi prefeito de Mogi das Cruzes por dois mandatos, entre 2001 e 2008. Em 2010, foi eleito deputado federal, conseguindo a reeleição em 2014. No último pleito, em 2018, Junji não conseguiu novo mandato.
O ex-prefeito não confirmou se seu nome poderia estar entre os candidatos à Prefeitura este ano, preferindo manter o papel de quem irá proporcionar a união, mesmo que apenas durante o pleito municipal, entre as principais lideranças.
Entretanto, Abe afirmou que há um pedido popular para que ele retorne ao cargo mais alto do Executivo. "Modéstia à parte, apesar da idade, sinto que as pessoas têm um apelo grande para que eu retorne (à Prefeitura)", alegou Abe, que vai completar 80 anos em dezembro.