O fechamento do hospital de campanha será antecipado para 31 de agosto. Desde ontem, a unidade provisória de Saúde, instalada em maio na avenida Cívica, não recebe mais pacientes com quadros leves de Covid-19.
A proposta inicial era para que o hospital de campanha fosse utilizado até o final de setembro, entretanto, devido a constante e consistente queda na quantidade de internações, foi possível a antecipação do fechamento, conforme adiantado pelo Mogi News com exclusividade nesta semana. A decisão de encerrar as atividades da unidade provisória de Saúde no último dia deste mês ocorre também para que haja uma diminuição nos gastos da administração municipal no controle da pandemia.
O hospital de campanha, na Avenida Cívica, ao lado do ginásio municipal, começou a funcionar no dia 24 de maio. A empresa responsável pela construção da unidade foi a Fast Engenharia, com orçamento de R$ 2,8 milhões.
A notícia sobre o fechamento da unidade foi confirmada na manhã de ontem pelo secretário municipal de Saúde, Henrique Naufel, durante reunião de trabalho com a equipe da Pasta. O prefeito Marcus Melo, além de secretários municipais e vereadores também participaram da reunião, que ocorreu no prédio sede da Prefeitura.
Segundo o secretário Naufel, desde o início deste mês, os pacientes que necessitam de atendimento de enfermaria - especialidade do hospital de campanha - já puderam ser absorvidos com folga pelas outras unidades de Saúde de Mogi, principalmente o Hospital Municipal de Braz Cubas. Se necessário, o Hospital Luzia de Pinho Melo também terá encaminhamentos. Portanto, ainda de acordo com o titular da Pasta da Saúde municipal, a manutenção do hospital de campanha não será mais necessário a partir de setembro.
"Hoje essa demanda conseguiria ser toda atendida no Hospital Municipal, nem precisando do Luzia de Pinho Melo", explicou o secretário Naufel. "Mas, caso haja um aumento dessa demanda de pacientes de enfermaria, bastará uma ligação aos responsáveis pelo Luzia para que o atendimento seja ampliado", completou.
O prefeito Marcus Melo fez questão de agradecer a equipe da Secretaria Municipal de Saúde pelos trabalhos realizados durante a pandemia e relembrou que o temor do coronavírus ainda existe. "Estamos no caminho certo porque fizemos o planejamento correto. Houve momentos que erramos, e outros que acertamos que ficam como aprendizado", disse Melo.
Balanço
O hospital de campanha de Mogi das Cruzes, com capacidade para receber até 200 pacientes, já chegou a ter 49 internações simultâneas. Até quinta-feira passada, registrou 494 admissões de pacientes, dos quais 432 tiveram alta, 41 foram transferidos e 21 permaneciam internados. Dos 270 leitos disponíveis de enfermaria nas unidades públicas de Saúde da cidade, contando as 200 vagas do hospital de campanha, 49 leitos do tipo estão sendo ocupados. Isso significa que no mês que vem, quando a unidade for desativada, serão 70 vagas de enfermaria disponíveis. Atualmente, a demanda (49 pacientes), conseguiria ser diluída nas unidades.
Caso o hospital de campanha fosse fechado ontem, a média de ocupação de leitos públicos de enfermaria da cidade seria de 72% e de UTI de 61%. "Historicamente, os leitos UTI Covid não têm se alterado, com média de ocupação em torno de 60%", informou Naufel.
O Hospital Municipal conta com 79 leitos, dos quais 54 estão equipados para terapia intensiva e 25 para enfermaria.
Pezzuti
Durante a coletiva de ontem na Prefeitura, o secretário Henrique Naufel também falou sobre os dez respiradores que foram entregues no Hospital Estadual Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, em Jundiapeba. Os equipamentos não estão em utilização, mas, segundo Naufel, sua chegada traz segurança. "Esses respiradores estão lá, mas não foram e não serão instalados. Mesmo assim, saber que a cidade conta com dez ventiladores pulmonares aptos a ser colocados em funcionamento, traz segurança".