A diminuição de veículos que transitaram pelas vias municipais da região no período mais intenso da pandemia pelo novo coronavírus, nos meses de abril, maio e junho, ocasionou também na queda de infrações no trânsito. Em Suzano, o número de multas diminuiu em 18% de janeiro a julho neste ano, em comparação ao mesmo período de 2019.
As informações da Secretaria Municipal de Trânsito mostraram que, em 2020 o número é de 18.176 notificações; no ano passado, 22.327 autuações foram registradas pelos radares municipais. "As principais infrações ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) são: excesso de velocidade, falta do uso do cinto de segurança e o uso do telefone celular ao conduzir o veículo", disse a Prefeitura.
O mesmo ocorreu na vizinha Mogi das Cruzes. A redução de 50% dos veículos em circulação nas vias nos quatro últimos meses, motivada pela pandemia do coronavírus, levou à queda de 19% das autuações no trânsito. As informações da Secretaria Municipal de Transportes mostram que, de janeiro a julho deste ano, foram registradas 54.226 autuações de fiscalização eletrônica. Já no mesmo período do ano passado, foram 66.968.
Em Itaquaquecetuba, não é possível levantar um comparativo entre os dois períodos sobre as infrações no trânsito, já que os radares municipais começaram a funcionar apenas em abril deste ano. Segundo o departamento municipal de Trânsito, são registradas cerca de 3 mil multas no trânsito por mês.
Principalmente durante os três primeiros meses mais críticos da pandemia - abril, maio e junho - a população seguiu a quarentena de forma rígida. Por este motivo, muitas pessoas aderiram ao trabalho remoto durante semanas ou meses, o que resultou na diminuição de veículos nas vias municipais.
Contramão
Se por um lado, o número de infrações diminuiu por conta da pandemia, por outro, estranhamente, o número de mortes no trânsito aumentou na região. Durante o período da pandemia de coronavírus (Covid-19), o G5 do Alto Tietê - Mogi, Suzano, Itaquá, Poá e Ferraz -, viu a quantidade de mortes no trânsito aumentar nas vias municipais e rodovias que cortam a região, na comparação com o ano passado.
De abril a junho, os três meses diretamente impactados pela pandemia com o fechamento de comércios e a paralisação quase que total da economia, 35 óbitos foram registrados, sete a mais que o mesmo período do ano passado, quando 28 pessoas perderam a vida após acidentes nas vias. Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes (Infosiga) do governo paulista.
Na comparação com os últimos quatro anos, os dados não estão muito distantes, visto que, em 2018, ocorreram 42 mortes e, em 2017, 31, ou seja, nos últimos quatro anos este é o segundo pior índice de mortes no trânsito.
Somente em Mogi foi registrado o dobro de óbitos em decorrência de acidentes, com 22 falecimentos nos últimos três meses. Na comparação com os últimos quatro anos, os dados mostram que esse foi o pior desempenho, visto que em 2018 ocorreram 18 e, em 2017, 12 mortes.