O segundo suspeito de envolvimento nas agressões ao estudante mogiano Kauan Silva, de 17 anos, que morreu no último dia 15, horas depois de se envolver em uma briga, será ouvido hoje pela Polícia Civil do Guarujá. O pescador, 35, que prestará depoimento hoje é filho do também pescador, 60, ouvido na última sexta-feira.
De acordo com familiares da vítima, Kauan foi linchado por seis homens, entre eles os pescadores, por ter demorado a desmontar a barraca na Praia Branca. Segundo a família, ele teve costelas quebradas e o pulmão perfurado em razão das agressões.
Entretanto, a versão é contestada pela defesa dos pescadores, que levantou a possibilidade de overdose. "Há fortes indícios de overdose. A briga durou de dois a três minutos, e ele (Kauan) continuou na praia depois. A briga ocorreu às 7 horas e o horário de falecimento do rapaz foi 15 horas", afirmou o advogado Anderson Real. A reportagem do Grupo Mogi News entrou em contato com o advogado que afirmou que a família do rapaz que faleceu está tentando colocar "uma série de contratempos que não aconteceram" e que "a perícia vai provar, por meio do laudo, o que de fato ocorreu". "Não houve linchamento, não houve espancamento. Ele não faleceu em decorrência da briga", contestou Real.
A reportagem também teve acesso ao depoimento do pescador de 60 anos. No documento, o suspeito, que reside próximo ao local onde Kauan montou a barraca, disse que, por volta das 7 horas, solicitou ao jovem mogiano que desmontasse a barraca, pois a prática não é permitida no local. Após ofensas por parte do jovem, o pescador se dirigiu até a barraca, onde, segundo contou à polícia, foi xingado novamente e empurrado por Kauan, o que fez com que ele caisse na areia da praia, gerando o tumulto.
Após a queda do pescador, seu filho e outros dois pescadores começaram a brigar com o jovem. O pescador de 60 anos ainda contou a polícia que, por volta das 10 horas, passou novamente pelo local e viu Kauan agredindo uma das mulheres e tragando o conteúdo de uma lata, ao que parecia, que continha a droga lança-perfume.
No final da tarde, depois que Kauan foi levado para Bertioga, onde recebeu atendimento médico, o pescador de 60 anos levou uma das mulheres que estavam com o jovem para Bertioga, para que ela acompanhasse o grupo de amigos. "Ele indicou onde era o hospital, ele conversou com ela. Ela mesmo disse que estavam utilizando drogas e bebidas durante aquele dia", concluiu o advogado Real.