O Banco de Leite Humano de Mogi das Cruzes conta com mais nove doadoras nesse mês de agosto. No total, a unidade que fica no espaço Pró-Mulher, conta com 14 mães que oferecem o leite excedente para bebês prematuros internados na Santa Casa de Mogi.
A neonatologista e diretora-clínica da Santa Casa, Maria do Carmo Leitão, informou que o hospital tem um lactário, que fica dentro do setor Neonatal, onde as doações do Banco de Leite são armazenadas. "Também fazemos uma conscientização no hospital com as mães sobre como funciona a doação, orientações na amamentação e a importância do leite materno, por meio de distribuição de folders", informou.
No momento, a Santa Casa está com seis recém-nascidos com peso inferior a 1.499 gramas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal que dependem diretamente das doações para se recuperar.
Todo ano, no mês de agosto, as unidades de Saúde de Mogi promovem ações de incentivo ao aleitamento materno, como a "Hora do Mamaço", que reúne mães que amamentam em praças e parques para chamar atenção sobre a importância do aleitamento, além de incentivar e encorajar a prática em locais públicos. As ações fazem para do programa Agosto Dourado.
Com a pandemia de coronavírus (Covid-19) e a necessidade do distanciamento social, as ações foram canceladas e a Secretaria Municipal de Saúde teve que focar na divulgação online da campanha, que teve neste ano o tema o meio ambiente. Ainda que o momento de distanciamento social tenha interrompido as ações planejadas para este mês de agosto, o resultado da campanha foi positivo, segundo avaliação da coordenadora do Banco de Leite, Rosângela Cunha. "Aumentamos o número de mães doadoras consideravelmente. Só neste mês, cadastramos nove. Além disso, as mães estão fornecendo mais leite em comparação a outros meses", comemorou.
Rosângela atribui o aumento da produção justamente à pandemia. Com as medidas restritivas, as pessoas estão passando mais tempo em casa, o que favorece o procedimento de coleta do leite excedente das doadoras. "Doar leite não é um processo tão rápido como a doação de sangue, por exemplo, é preciso uma série de cuidados para não estragar o alimento. Um único fiapo de tecido é o suficiente para comprometer a doação. Com as mães mais tempo em casa, além de conseguirem amamentar seus filhos com mais tranquilidade, é possível tomar esses cuidados", explicou. No último mês, o Banco de Leite coletou 18 litros, uma quantidade acima da média, de acordo com a coordenadora.
Desde 2016, a Câmara de Mogi aprovou a lei 7161, que garante a toda criança o direito ao aleitamento materno em qualquer espaço, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), assim, todo estabelecimento deve permitir o ato, independentemente de existir espaço segregado para tal prática.
Futuramente, o Banco de Leite será transferido do Pró-Mulher para a Maternidade Municipal, quando as obras da nova unidade ficarem prontas, em 2022.
*Texto supervisionado pelo editor.