Mesmo com a solicitação do Comitê Gestor da Retomada Gradativa de Mogi das Cruzes, ao que tudo indica, o governo do Estado não pretende ampliar o horário de funcionamento para consumo local em bares e restaurantes.
Questionada pela reportagem, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico voltou a ressaltar que o Plano São Paulo é respaldado por critérios técnicos para permitir, de forma consciente e gradual, a retomada das atividades econômicas dos setores, reforçando que o horário limitado de funcionamento, autorizado na fase amarela, foi determinado pelo Centro de Contingência para resguardar a saúde da população.
De acordo com as regras do programa, a mudança de fase de uma região, que a habilita para aumentar o horário de funcionamento, se dá apenas após 14 dias de manutenção em um estágio. Assim, mesmo que os índices de ocupação de leitos e de número de casos e mortes por Covid-19 estejam estabilizadas, o governo não pretende promover nenhuma alteração durante a coletiva programada para hoje, pois a região entrou na fase amarela na segunda-feira passada.
Vale destacar que, segundo o portal do Estado, os índices de ocupação de leitos de UTI Covid estavam ontem em 65,2% da capacidade, os de enfermaria em 55,7% e a proporção de leitos por 100 mil habitantes era de 15,5.
"O Estado dialoga com as prefeituras para que sigam as normas visando a retomada segura da economia. Prefeitos que desrespeitam o Plano SP ficam sujeitos a ações do Ministério Público", explicou em nota.
Além disso, a Pasta reforçou a importância do setor de alimentação, desde que não haja consumo no estabelecimento após às 17 horas. "A comercialização de alimentos, para retirada no local ou para entrega via delivery, é autorizada pelo plano", completou.
Em discordância com a restrição do horário de funcionamento de bares, restaurantes e similares, o Comitê Gestor encaminhou na última quarta-feira a solicitação de reavaliação da limitação de funcionamento até as 17 horas ao governo do Estado.
Segundo o grupo, além do município possuir indicadores recentes favoráveis relacionados à pandemia do coronavírus, a estrutura de fiscalização da administração municipal é suficiente para inibir possíveis aglomerações temidas pelo Executivo Estadual. "Temos condições de fiscalizar possíveis aglomerações no município, com o trabalho conjunto da Vigilância Sanitária, o Departamento de Posturas e a Guarda Municipal", garantiu o vice-prefeito e presidente do comitê, Juliano Abe (MDB).
Outro argumento que embasa a solicitação de reanálise é que o conceito de lazer no ato de consumo em bares e restaurantes é incorreto, uma vez que muitos trabalhadores, inclusive da saúde, necessitam se alimentar no período noturno. (F.A.)