O mais recente levantamento feito pelas prefeituras do Alto Tietê, liberado na segunda-feira, indicam que a região possui 237 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), entre vagas municipais, estaduais e da rede privada. Esse número é o mesmo que foi informado ao governador João Doria (PSDB) no início da semana, mas que diverge do "Censo Covid", plataforma digital elaborada pela equipe do Palácio dos Bandeiras, mas que não está funcionando corretamente, gerando, inclusive, reclamações por parte dos prefeitos, segundo apuração da reportagem, e, sem os dados em mãos, fica impossível comparar os registros das prefeituras com os disponibilizados pelo Estado.
Esse mal funcionamento da plataforma acabou gerando um ofício por parte dos administradores municipais da região, cobrando o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. A dificuldade em acessar os dados também foi comunicada ao Ministério Público Federal, que está acompanhando a situação dos leitos no Alto Tietê. Apenas Arujá, Guararema, Itaquaquecetuba e Salesópolis estão tendo acesso ao sistema. O próprio departamento de tecnologia revelou que existem problemas na plataforma.
Vale lembrar que o número de leitos de UTI para cada 100 mil habitantes é um dos fatores para que a região deixe a fase vermelha, de máxima restrição, para laranja, com abertura gradual e controlada do comércio. Neste sentido, a quantidade de leitos por habitantes do Alto Tietê é maior que a do Estado, segundo dados divulgados pelo próprio Executivo paulista na quinta-feira. Neste dia, a quantidade de leitos de UTI por habitante era de 13,3 para cada 100 mil habitantes, entretanto, dados de segunda-feira destacam que a região possuía 14,3 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes, portanto acima dos dados estaduais. Porém, ao manter as dez cidades dentro da Região Metropolitana de São Paulo, a taxa de leitos ocupados chega a 83,1%, inviabilizando a flexibilização, que pede 60% de taxa de ocupação das vagas de UTI.
Dados
Os números apontam que o Alto Tietê tem 67 leitos de UTIs privados, 112 em unidade municipais e 58 em unidades do Estado. Até o momento Salesópolis e Biritiba Mirim não apresentam nenhum leito de alta complexidade.
Em todas as áreas, o município de Mogi é o que mais se destaca em relação a quantidade de leitos . De acordo com o levantamento, são 40 leitos em unidades privadas, 37 em municipais e 23 nas estaduais, totalizando 100 vagas. Os dados levantados foram antes da chegada dos dez respiradores, que o município recebeu do Estado para ampliar o número de leitos no Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC).
Outro município que se destaca é Suzano, com um total de 43 leitos de UTI, cerca de 17% de todos as vagas da região. São dez camas no Hospital Santa Maria e 33 nas unidades municipais. A cidade ainda aguarda a liberação das dez vaga do Hospital Auxiliar das Clínicas, que foi prometido pelo governo do Estado para este mês, mas também conta com a reserva de mais dez leitos em um hospital de Franco da Rocha.
Ferraz de Vasconcelos que segundo os dados contribui com 23 camas de UTI para pacientes com o Covid-19. A cidade atualmente só possui leitos estaduais e municipais, sendo 13 no Hospital Regional Dr. Osiris Florindo Coelho, que aguarda um ampliação do Estado de mais sete leitos. O hospital de campanha agrega mais dez vagas.
Já Arujá e Guararema, possuem sistemas parecidos, contemplando unidades de saúde nas áreas privadas e municipais. Na primeira cidade, há oito leitos privados e em Guararema nove, na parte municipal, os números se invertem, sendo Arujá com dez camas e Guararema com apenas duas. Poá com o hospital de campanha tem dez.
Os outros municípios da região possuem apenas unidades de uma só esfera, como Itaquaquecetuba que conta com 22 leitos estaduais, localizados no Hospital Santa Marcelina, e Santa Isabel também com dez vagas na unidade municipal.
*Texto supervisionado pelo editor.