A pandemia do coronavírus está impactando diversos setores produtivos da sociedade, aumentando o desemprego e a percepção de que o futuro econômico é incerto. Entretanto, uma iniciativa da Prefeitura de Mogi das Cruzes anos antes da crise sanitária chegar faz com que um grupo de pessoas tenha menos dificuldades financeiras neste período.
O contrato firmado entre a administração e a Cooperativa Cata Sampa, em 2015, assegura aos 35 catadores associados um ganho mensal fixo, que pode chegar a R$ 1,3 mil, mesmo com a suspensão temporária da separação de materiais na Usina de Triagem da Vila São Francisco.
"Se não houvesse esse contrato, seriam 35 famílias que estariam vivendo com o mínimo do mínimo durante a pandemia, às vezes com
R$ 200 ou R$ 300 por mês". Este é o relato do presidente da Cooperativa Cata Sampa, Roberval Prates Reis, que há 17 anos é catador de materiais recicláveis. Para ele, o contrato dá mais segurança aos associados e vai ao encontro do lema da cooperativa: "fortalecer a vida do catador".
No mesmo sentido do representante da cooperativa atuante em Mogi, o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Daniel Teixeira de Lima, também concorda que, caso não houvesse a iniciativa da renda fixa aos cooperados, a situação atualmente seria outra. "Teriam 35 famílias nas filas da Caixa, tentando sobreviver com R$ 600 do governo, aguardando cestas básicas e passando por dificuldades", disse. A conta do titular da secretaria e um dos responsáveis por manter o projeto é que a média é de quatro pessoas por família e, com isso, cerca de 140 mogianos estariam passando por necessidades.
Autônomos
A situação favorável deste grupo de catadores não reflete, no entanto, a realidade de todos os autônomos do município. Boa parte dos trabalhadores não registrados necessita do apoio da Prefeitura para conseguir se manter durante a pandemia.
Por isso, a Secretaria de Assistência Social tem atendido a este público por meio dos centros de referência da Pasta, orientando, de acordo com cada perfil, para diversos programas, como o Auxílio Emergencial do governo federal, o Alimento Solidário, do Estado, e no caso de trabalhadores informais pode ser feito o cadastro no Comitê de Ação Social e Econômica (Case). Também é feito o atendimento, de acordo com as necessidades apontadas pelos cidadãos, por meio dos programas desenvolvidos pela Pasta e articulados com as demais secretarias e o Fundo Social.
Paralelo aos esforços para manutenção de empregos em Mogi das Cruzes, o aplicativo Reciclando já está disponível para a população. A ferramenta ajuda a identificar o volume de material coletado por catadores e sucateiros independentes - um trabalho considerado de extrema importância para o meio ambiente. Os detalhes sobre o aplicativo serão apresentados no próximo dia 23, às 10 horas, por teleconferência, dentro da programação do Junho Verde.