Após 80 dias de fechamento como medida para controle da propagação do coronavírus, o comércio municipal e o shopping reabrem suas portas, hoje, depois de muita pressão do setor empresarial, com expectativa de iniciar a recuperação dos prejuízos gerados pela paralisação das atividades.
O prefeito Marcus Melo (PSDB) foi enfático ao dizer que "a manutenção da flexibilização das medidas restritivas impostas ao comércio dependerá das ações de cada cidadão". "Permanecer na fase laranja depende de vocês. Se aumentarmos o número de óbitos, de contaminados e de internados, teremos que dar uma passo para trás", sacramentou o prefeito, ao anunciar a retomada de hoje.
Estabelecimentos comerciais e concessionárias poderão funcionar das 10 às 16 horas. Escritórios e imobiliárias, das 9 às 15 horas e, o shopping center, das 13 às 20 horas. Todos os comércios e serviços poderão funcionar com até 20% de sua capacidade. Já as igrejas poderão ter atividades com até 30% da capacidade e seguindo protocolos de distanciamento.
A expectativa inicial era de que a liberação para a retomada econômica ocorresse na semana passada, quando, mesmo depois da pressão dos prefeitos da região, o governador João Doria (PSDB) manteve os municípios na faixa laranja do "Plano São Paulo de Retomada Consciente".
A chegada de 20 novos respeitadores para o Hospital Municipal de Braz Cubas, que durante a pandemia se tornou o Centro de Referência no atendimento à Covid-19, foi um dos pontos mais determinantes para que hoje as lojas pudessem ter a liberação estadual e municipal para reabrir.
Em 24 de março deste ano, o governo do Estado decretou o fechamento do comércio não essencial, seguindo recomendações de especialistas em Saúde pública, semelhante ao que já havia acontecido em outros países. Na época, o prefeito Melo mostrou concordância com a determinação municipal e emitiu decretos de fechamento de seu comércio.
Desde então, as ruas começaram a ficar mais vazias, ao passo que a pressão para a reabertura foi se tornando cada vez mais insustentável. O Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes (Sincomércio) apresentou números pessimista sobre o futuro do comércio de rua. Segundo a entidade, no período de paralisação, o comércio varejista do Alto Tietê acumulou prejuízo de R$ 144 milhões, visto que os municípios registram prejuízo diário de R$ 1,8 milhão com o fechamento. Além disso, seriam necessários dois anos com vendas positivas para a recuperação do prejuízo causado por esta paralisação, ao passo que, com vendas medianas - cenário mais provável neste primeiro momento de reabertura -, os comerciantes precisariam de cinco anos para apresentar recuperação. "Mesmo com a retomada, eles (comerciantes) sabem que a perda de vendas chegará a 80% em alguns setores e 50% em outros", afirmou o presidente do Sincomercio, Valterli Martinez.
Com prejuízos altos, a retomada não servirá para todos os comerciantes. Uma em cada cinco lojas do Alto Tietê não terão condições de reabrir por conta do rombo financeiro causado durante os 80 dias fechadas.