O que antes era um dia de lojas cheias em razão dos presentes de última hora do Dia dos Namorados, foi transformado em um período de recuperação do comércio após a imposição de isolamento social, desde a segunda quinzena de março, para conter o avanço do coronavírus (Covid-19). Hoje, por coincidência, o comércio está volta, ainda que de forma limitada, graças à reclassificação do Alto Tietê para a fase laranja, o que flexibiliza as atividades, porém há alguns fatores para não esperar que consumidores façam filas para comprar o presente. Entre eles estão a própria recuperação do comércio e os clientes que tiveram os ganhos reduzidos.
Este tipo de percepção pode ser notada nos comerciantes. Para o diretor Fernando Marcato, que atua em loja de roupas femininas, localizada no Parque Monte Líbano em Mogi das Cruzes, a expectativa para hoje não é alta, pare ele, o anúncio da reabertura do comércio não ajudou. "O brasileiro tem fama de deixar tudo para a última hora, mas agora são outros tempos", observou.
Mesmo aqueles comércios direcionados a casais duvidam de um bom movimento neste primeiro dia, como é caso da sócia-proprietária de uma loja de alianças, no centro de Suzano, Cleidiane Santos. "Nós iremos atender os clientes normalmente, mas as alianças nós iremos trabalhar somente com confecção, porque não temos para pronta entrega".
Ainda assim há quem aposte na boa movimentação. "Nós já estamos recebendo ligações para presentes de última hora, então por isso já estamos esperando um alto movimento", revelou a vendedora de uma loja de roupas, de Cezar de Souza, em Mogi, Gabrielle Sayuri Endo, 18.
Também muito lembrada na data, a flor não passou ilesa da pandemia. A produção caiu 80% em Mogi, segundo o secretário de Agricultura, Renato Augusto Abdo. A baixa procura foi um dos motivos que ocasionou a queda, mas com a retomada, teve lojista que precisou importar. "Nós tivemos que importar flores do Equador para que nós conseguíssemos vender. Aqui na região e em São Paulo não tinha", destacou Clarice Emi, 60, dona de uma floricultura no centro de Mogi, falando especificamente das rosas vermelhas.
Para Elisa Martins, 40, proprietária de um estabelecimento no bairro Cidade Cruzeiro do Sul, em Suzano, o presente de última hora é a esperança. "Espero vender uma quantidade altas de produtos, para os casais que deixam de presentear o parceiro".
Ainda fechados
Sem autorização para abrir os salões, os restaurantes procuram um jeito de se adaptar. "Pensamos em fazer um combo, com velas, rosas e a comida. Porque não é só a comida que tem que ser boa nesta época, mas sim a apresentação", disse Felipe Martins, dono de um restaurantes em Mogi. "Nosso foco nunca foi o delivery, sempre foi o salão, mas com a pandemia isso tudo mudou", finalizou Amilton Gonzales Bassini, sócio de uma hamburgueria no centro de Suzano.
Show on-line
Em comemoração ao Dia dos Namorados, a Secretaria de Cultura de Mogi fará às 20 horas uma apresentação especial de artistas da cidade, que será exibida pelo Youtube e Facebook da secretaria.