Os alunos da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) perderam, anteontem, professores que não só lecionavam, mas que também eram criadores de projetos acadêmicos e orientadores de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs). As demissões dos docentes de diversos cursos foram divulgados pelos próprios professores em redes sociais, quando aproveitaram para se despedir dos alunos. Informações levantadas pela reportagem também dão conta que outros funcionários, além dos professores, também foram dispensados.
Indignados e tristes em perder professores, alguns estudantes se mobilizaram e fizeram uma petição na internet contra as demissões. Até às 17h30 de ontem o documento on-line havia arrecadado 475 assinaturas.
A aluna Yolanda Rafaela, do curso de ciências biológicas, afirmou que neste período da quarentena alunos e professores se reinventaram e a falta de explicação dos desligamentos é injusta. "Não foi uma, não foram duas, nem três demissões. Vários profissionais capacitados perderam seus empregos de forma repentina", disse.
O mesmo contou a aluna Paloma Cassiano Cangussu, do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, quando afirmou não ter recebido um comunicado oficial da universidade. "Perdi um grande professor, que inclusive estava orientando o meu TCC e não obtive nenhum posicionamento da UMC. É uma situação muito triste, eu e meu grupo estamos desnorteados", lamentou.
Preocupada não só com os professores, mas também com o aprendizado dos graduandos, a aluna Bruna Cauane de Souza, do curso de Publicidade e Propaganda, explicou que não entendeu o critério utilizado nas demissões. "Existem professores com reclamações há anos e nenhuma providência foi tomada. Foram demitidos professores competentes que fizeram muito pelo curso", pontuou.
A UMC foi questionada pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.
*Texto supervisionado pelo editor.
