A associação de proprietários de academias de Mogi das Cruzes estima que entre 400 e 500 profissionais da área perderão seus empregos devido à paralisação para controle da pandemia do coronavírus. A projeção é do representante do grupo de 75 academias instaladas no município, Marcos Pudo, que possui uma rede de academias com 120 funcionários.
"Desse nosso grupo de 80 academias, temos 1,3 mil funcionários e já sabemos que destes, de 30% a 40% perderão seus empregos", afirmou. "Estou recorrendo a bancos e outros métodos para manter minha empresa. Não tem como ficar dois meses sem entrar um real", completou Pudo. A associação lançou o Selo Academia Segura para seus filiados, indicando que aquele estabelecimento segue as regras para a reabertura.
Além da demissão de funcionários, o setor encara outra realidade, a do fechamento dos estabelecimentos por questões financeiras. Segundo Pudo, ao menos cinco academias não reabrirão após a liberação por não terem conseguido se manter. O número pode ainda ser maior, uma vez que, aproximadamente, 30 academias não filiadas ao grupo também devem reduzir a folha salarial ou fechar as portas.
Segundo Pudo, o fato do setor estar entre os serviços não essenciais que receberão a liberação do governo do Estado para funcionamento apenas na fase quatro está intimamente ligado à questões políticas no embate entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador João Doria (PSDB). "Logo no início da pandemia, o Bolsonaro classificou as academias como serviço essencial e, contrário a isso, o Doria classificou como não essencial", criticou Pudo.
Com a mesma expectativa para o retorno do segmento, o vereador e proprietário de uma academia em Mogi das Cruzes, Marcos Furlan (DEM), acredita que, caso a decisão de liberação para o retorno estivesse a cargo do prefeito Marcus Melo (PSDB), tal medida teria sido tomada com antecedência. Além disso, o parlamentar afirmou que é necessário atender os critérios do governo do Estado, no que diz respeito a abaixar a evolução da doença no município, para que a reabertura seja viabilizada. "O pessoal está na expectativa (para o retorno), mas as academias estão no último lugar na lista das fases. Estamos tentando melhorar esse quadro", explicou.
Protocolos
O segmento já apresentou ao Executivo mogiano o protocolo de reabertura. Dentre as medidas a serem adotadas pelas academias no futuro, destacam-se o atendimento limitado, a instalação de termômetros para medir a temperatura dos alunos e funcionários, o espaçamento entre aparelhagem e a obrigatoriedade de utilização de álcool em gel e máscaras.