Com o início da obrigatoriedade do uso de máscaras por pessoas em qualquer tipo de deslocamento, ou seja, nas ruas ou em prédios públicos em todo o Estado de São Paulo, desde quinta-feira passada, possivelmente, inúmeros moradores vão enfrentar muitas dificuldades para cumprir essa determinação. Na realidade, talvez o principal entrave seja de ordem financeira, já que a maioria sequer tem dinheiro para comprar o produto.
Afinal de contas, com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), sobretudo, com a quarentena a população perdeu em parte ou totalmente a sua fonte de renda e, portanto, o cidadão procura adquirir alimentos básicos para a sua sobrevivência. Em contrapartida, o uso obrigatório de máscaras vai exigir uma despesa extra no orçamento. Por outro lado, a fiscalização ficará por contas das prefeituras municipais.
Além disso, essa decisão adotada pelo governador, João Doria (PSDB) para conter o avanço da Covid-19 possui mais agravante para o bolso das pessoas, isto é, as máscaras de proteção têm baixa durabilidade e, neste caso, precisará ser trocada em pouco tempo. Com isso, o morador mais carente dificilmente terá condições monetárias para arcar com mais esses gastos contínuos.
Por isso, em Ferraz de Vasconcelos, o vereador Flavio Batista de Souza (Podemos), o Inha, defende que a Prefeitura da cidade faça uma compra emergencial para proporcionar a distribuição em massa de máscaras aos seus moradores. Segundo ele, trata-se de uma questão de saúde pública e o poder público tem o dever de fornecer o acessório. "Hoje, o próprio cidadão faz o possível para usar máscaras, mas a maior parte deles não tem dinheiro para obedecer essa obrigatoriedade", diz.