Levantamento realizado pelo Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Mogi das Cruzes e Região juntamente um grupo de contadores indica que cerca de 1,2 mil empresas do Alto Tietê encerraram suas atividades durante o período da pandemia do coronavírus (Covid-19), ao passo que é projetada a possibilidade de que outras 8 mil decretem fechamento com a prorrogação da quarentena anunciada pelo governo do Estado de São Paulo ontem.
As projeções apontam ainda que cerca de mil empresas, apenas em Mogi das Cruzes, fechem as portas definitivamente, ou seja, mesmo que recebessem a liberação para retorno da atividade econômica não a fariam, uma vez que demitiram os funcionários entre outras alternativas para minimizar os prejuízos. Além disso, a estimativa é que 20% de mão de obra qualificada tenha sido perdido neste período.
"Não é decretar falência, isso é o que estas empresas estão evitando. Mas sim, se tivessem a possibilidade de retornar agora não fariam. São empresas que fecharam de fato, e não apenas pelas determinações do Estado", confirmou o presidente do Sincomércio, Valterli Martinez.
O governador João Doria (PSDB) confirmou ontem que a possibilidade de flexibilização da quarentena em São Paulo está suspensa em todos os 645 municípios paulistas até 31 de maio. A prorrogação até o próximo dia 31 se deve ao ritmo acelerado de contágio do coronavírus e o aumento crítico no total de infectados e de mortes por Covid-19, com risco iminente de colapso no sistema de saúde.
Entidades repercutiram a decisão do governo do Estado. A direção da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC) lamentou a decisão com as atuais restrições e contrariando toda expectativa sobre uma possível flexibilização a partir da próxima semana. A entidade disse que a medida, inevitavelmente, irá ampliar os impactos na economia e complicar ainda mais a situação do comércio.
"Estamos de mãos atadas, pois não há como deixar de seguir o decreto estadual e, consequentemente, o municipal. Entendemos que a saúde está acima de tudo, mas os prejuízos são incalculáveis. O problema maior é que tinha uma expectativa de possível flexibilização, que não se concretizou ", avaliou o presidente da ACMC, Marco Zatsuga.
Já o presidente do Sincomércio afirmou não ter recebido a notícia com surpresa, uma vez que a situação da propagação do novo coronavírus não foi controlada. "Nas reuniões que participamos com entidades estava evidente que não iria ocorrer a flexibilização hoje", afirmou Martinez, informando que a entidade mudou o foco em travar embates com o poder Público e preferiu focar na divulgação das alternativas durante a pandemia, como as plataformas digitais.
Questionado sobre a decisão, o Mogi Shopping afirmou apenas que seguirá todas as determinações dos órgãos oficiais.