O governo de São Paulo informou que a requisição das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais particulares só acontecerá em caso de saturação de todos os leitos do tipo no Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. A possibilidade está sendo tratada como alternativa em caso de aumento exponencial dos casos do novo coronavírus, mas está longe de ser uma realidade no Estado.
A região possui 49 leitos de UTI em cinco hospitais particulares, segundo levantamento divulgado pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Os leitos são divididos entre o Hospital Ipiranga de Arujá (oito); Hospital Santa Maria (dez), em Suzano; Hospital Ipiranga de Mogi das Cruzes (sete), Hospital Biocor (quatro) e Hospital Santana (20), ambos em Mogi.
A ocupação quase que plena dos leitos de UTI em Estados brasileiros se tornou uma realidade nos últimos dias. Em alguns deles, como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco, as taxas de ocupação estão acima dos 90% em relação aos leitos destinados a Covid-19.
Com mais de 120 mortes por coronavírus e uma curva que cresce rapidamente, a direção do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) se mostrou preocupada com a demora na liberação do Plano Assistencial para atendimento dos pacientes de Covid-19, que também implica na consolidação da grade de hospitais públicos de referência e os respectivos números de leitos de internação e UTIs por cidade, o que dificulta a atuação dos gestores municipais.
No final de março, os prefeitos da região solicitaram da Secretaria de Estado da Saúde o cronograma de leitos do Alto Tietê para os pacientes de coronavírus. O pedido foi reiterado outras vezes - a última delas no dia 27 de abril. Ainda que a maioria das cidades tenha criado fluxos internos, a demanda crescente de casos - principalmente graves - mostra a necessidade da disponibilidade do plano de ocupação de leitos de hospital e UTIs para orientar a regulação.
Enquanto essas informações não são liberadas, os municípios utilizam de alternativas internas para absorver a demanda. Algumas prefeituras investiram em hospitais de campanha e ampliação de leitos nas unidades municipais. Quem não tem UTI em número suficiente, lança mão de planos emergenciais, como a contratação de serviços em hospitais privados. Na rede estadual, o suporte é feito por meio da rede Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde).