O Plano São Paulo para retomada gradual das atividades econômicas no Estado, apresentado ontem pelo governador João Doria (PSDB), excluiu os municípios do Alto Tietê da lista de cidades que terão autorização para iniciar a flexibilização da quarentena a partir de 1º de junho. Com a determinação, prefeitos da região se movimentam para que as cidades sejam dissociadas da Grande São Paulo, que inclui regiões como o ABCD Paulista e municípios como Osasco, podendo assim iniciar a retomada de atividades não essenciais que foram paralisadas pela pandemia do novo coronavírus.
O Conselho de Prefeitos do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) decidiu, no final da tarde de ontem, solicitar ao governo, em caráter imediato, a revisão da classificação atribuída para a região no Plano de Retomada Consciente.
O programa é segmentado em cinco fases, que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). O objetivo da classificação é assegurar atendimento de saúde à população e garantir que a disseminação do coronavírus esteja em níveis seguros para modular as ações de isolamento.
Máxima restrição
Atreladas à Região Metropolitana de São Paulo, as cidades do Alto Tietê foram classificados dentro do nível máximo de restrição de atividades não essenciais, o que impossibilita a abertura de comércios, shoppings, escritórios, concessionárias e atividades imobiliárias em 1º de junho. Outras cidades próximas, como a de São José dos Campos e Campinas receberam a classificação laranja, indicando controle da pandemia e podendo reabrir estes serviços.
O prefeito de Mogi das Cruzes, Marcus Melo (PSDB) considerou a decisão do governo estadual como incoerente. "Essa reunião com os prefeitos do Condemat teve o objetivo de solicitar que o Alto Tietê seja uma sub-região da Grande São Paulo. Essa decisão de excluir a região da segunda fase do projeto estadual foi incoerente". Mesma posição tomada pelo presidente do Condemat, e prefeito de Guararema, Adriano Leite (PL). "Estamos insatisfeitos, e indignados, com o posicionamento incoerente do governo do Estado de classificar o Alto Tietê atrás da capital neste processo de saída da quarentena", ressaltou.
As fases são determinadas pelo acompanhamento semanal da média da taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapias Intensivas (UTIs), exclusivas para pacientes contaminados pelo coronavírus, e o número de novas internações no mesmo período. Uma região só poderá passar a uma reclassificação de etapa - com restrição menor ou maior - após 14 dias do faseamento inicial, mantendo os indicadores de saúde estáveis.
Segundo o governo do Estado, nas regiões que não receberam autorização para flexibilização, o sistema de saúde está pressionado por altas taxas de ocupação das UTIs e avanço de casos confirmados de pacientes com coronavírus, o que justifica a exclusão destes locais. Além da Grande São Paulo, a Baixada Santista e a região de Registro, no Vale do Ribeira, também não foram contempladas. As demais regiões paulistas iniciam na segunda fase, a laranja, ou a amarela, nas regiões central, oeste e norte do Estado