Depois de três anos de planejamento, a Prefeitura de Mogi das Cruzes deverá concluir, no próximo dia 29, o processo de licitação que definirá a empresa que vai administrar a nova forma de destino dos resíduos sólidos de Mogi das Cruzes, além de outras ações da área de Serviços Urbanos pelos próximos 30 anos.
O contrato firmado pela Prefeitura de Mogi das Cruzes tem valor de
R$ 2.441.207.900,00. O processo licitatório foi aberto no mês passado.
O edital para a ação contempla diversos tópicos discutidos e analisados ao longo desses três anos, que foram inseridos no estudo do consórcio da Parceria Público-Privada (PPP), entre eles, a nova destinação final das 10 mil toneladas de lixo coletadas por mês; a criação de cinco novos ecopontos (leia mais abaixo) e a recuperação do terreno do antigo lixão da Volta Fria, que poderá contar com um parque e outros benefícios na área urbana. Essa recuperação está diretamente atrelada às melhorias dos 4 quilômetros da estrada daquela região e da ponte de acesso do bairro.
Ultimamente, todo lixo coletado em Mogi é enviado para o município de Jambeiro, no Vale do Paraíba, por meio da CS Brasil, que presta os serviços de limpeza urbana desde 2003. "Estão sendo apresentados três formatos diferentes para a destinação dos resíduos, sendo eles, uma Unidade de Recuperação Energética (URE) e um aterro bioenergético ou, até mesmo, o aterro sanitário, mas este, não em Mogi. Isso já foi descartado, tanto pela Prefeitura quanto pela sociedade civil", relembrou o secretário municipal de Serviços Urbanos, Dirceu Lorena de Meira. "Uma dessas três formatações será escolhida pela empresa vencedora da licitação e terá que ser colocada em prática nos próximos quatro anos. Enquanto isso, o lixo de Mogi continuará a ser levado para o aterro em Jambeiro, como ocorre hoje", detalhou Meira.
No ano passado, as empresas CS Brasil e a Promulti, companhia de infraestrutura urbana, apresentaram essas três possíveis opções de gestão dos resíduos. A URE aproveita o lixo como combustível para a produção de energia e, apesar do alto custo tecnológico, o secretário Meira a enxerga como uma ótima opção. "Eu, particularmente, prefiro a implantação de uma URE, pelas diversas vantagens que apresenta, como a questão da geração de energia, que também poderia gerar lucro para a empresa vencedora, caso ela consiga vender essa energia para alguma concessionária especializada. Além disso, a URE ocupa um espaço menor, embora precise do apoio de um aterro menor e, também, causa menos dano ambiental, pois grande parte dos resíduos são queimados", explicou o chefe da Pasta de Serviços Urbanos. "No Rio de Janeiro já funciona uma URE. Em São Paulo, existe licitações em andamento, em Paulínia e Jundiaí. Embora seja uma tecnologia cara, vejo muitas vantagens nesse tipo de projeto".
Bioenergética
Em caso da escolha pela usina bioenergética, alguns pontos na cidade já estão sendo estudados, como na Volta Fria ou no distrito industrial do Taboão. Neste caso, ainda seriam necessários profundos estudos ambientais.
*Texto supervisionado pelo editor.