O Dia da Indústria é celebrado amanhã e a data neste ano é marcada pelo esforço das empresas em se reinventar em meio à uma crise de saúde, com impactos desastrosos na economia em razão do coronavírus (Covid-19). No Alto Tietê, a diversificação é um dos principais destaques do setor e a direção regional Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) aposta nisso para a sobrevivência das fábricas, somada com ações de planejamento e políticas públicas que viabilizem a retomada econômica.
Na região são aproximadamente 1,9 mil indústrias, que respondem por 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, ocupando o 12º no ranking de geração de riquezas das 39 regiões industriais paulistas, assim como são responsáveis por cerca de 30% dos empregos formais.
"Uma fábrica em atividade desdobra em várias outras empresas e prestadores de serviços, assim como a cada emprego direto gerado pelo menos outros dois indiretos são criados. Apesar disso, o setor já vinha enfrentando dificuldades por uma série de fatores que comprometem a competitividade do produto nacional e, agora, com a crise do novo coronavírus as coisas pioraram. Reinvenção, portanto, é a palavra que define o desafio do setor", ressaltou José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp Alto Tietê.
No Alto Tietê há mais de 20 setores em atuação, desde o papeleiro, farmacêutico, metalúrgico, automotivo e químico, até outros como fumo, couro, têxtil e móveis. Isso, apontou Caseiro, permite um equilíbrio maior nos momentos de crise, pois enquanto um segmento é mais impactado outros podem estar em alta.
"Neste período de pandemia, por exemplo, temos empresas com dificuldades por baixa demanda e dificuldade de matéria-prima, enquanto outras, como de alimentos e produtos de higiene, por exemplo, que aumentaram a produção. Se não fosse isso, o impacto dessa crise seria ainda maior", observou Caseiro.
Uma pesquisa recente do Ciesp no Estado aponta que 92% das indústrias esperam redução nas vendas de abril a junho (próximo de 55% de retração), enquanto 5% trabalham com estabilidade e 3% esperam aumento, devido à demanda aquecida de bens essenciais.
Para a maioria das indústrias, uma das necessidades mais prementes é o crédito para suportar esse período de pandemia até a retomada consistente da economia, assim como o refinanciamento de impostos. "Não se trata de deixar de pagar os impostos porque temos a consciência de que isso afetaria ainda mais a economia, a população e, consequentemente, os próprios negócios. Mas neste momento temos de eleger prioridades e a manutenção dos empregos está em primeiro lugar. Por isso, o pedido para um plano de refinanciamento dos impostos", destaca Caseiro.
Além da efetividade de planejamento nas ações de âmbito nacional, o diretor enfatizou a importância da região desenvolver planos locais de retomada econômica. "Esse diferencial que o parque industrial do Alto Tietê tem precisa ser aproveitado, com as administrações municipais dialogando com o setor para implantar medidas de apoio à manutenção e ampliação da atividade das indústrias", conclui Caseiro.