Uma medida que aumenta em ao menos 15% dos rendimentos dos motoristas por aplicativo de todo Brasil foi aprovada no Senado, na última sexta-feira, e agradou as lideranças da categoria na região. Proposta pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), a medida de caráter transitório obriga as empresas que atuam no transporte remunerado privado individual a reduzir, até 30 de outubro, 15% a participação que os motoristas devem destinar a empresa, garantindo repasse desta quantia aos próprios profissionais.
O cálculo também é válido para prestadores de serviços de entrega via aplicativos. Isso significa, na prática que se a empresa antes recebia R$ 10 em um corrida, agora receberá R$ 8,50.
A medida foi avaliada pela categoria como insuficiente neste momento de crise, mas revela certa atenção da classe política à categoria, como sugeriu o presidente da Associação de Motoristas por Aplicativo da Região do Alto Tietê (Amarati), Maicon Silva. Na visão de Silva, mesmo com o reajuste, o repasse por corridas continua sendo pequeno. "Essa medida vale mais pelo marketing político criado do que os efeitos aos trabalhadores. Mas é um caminho", completou.
Mais otimista que seu colega de liderança sobre a categoria, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores com Aplicativos de Transporte Terrestre de São Paulo, André Luiz de Souza, se disse feliz com o aumento aos motoristas e informou que raras vezes políticos prestaram a atenção que a categoria necessita. Mesmo com esse aparente otimismo, o diretor é enfático ao cobrar agilidade no tramite para que o reajuste seja repassado o quanto antes aos motoristas. "Vamos acompanhar como e quando isso acontecerá", concluiu.
Após a aprovação do Senado, o projeto tramitará na Câmara dos Deputados. A medida é uma das adotadas pelos políticos para mitigar os efeitos da paralisação causada pelo coronavírus (Covid-19).