Com 749 casos confirmados de coronavírus (Covid-19) nas dez cidades da região e uma curva que cresce rapidamente, a direção do Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) está preocupada com a demora na liberação do Plano Assistencial para atendimento dos pacientes de Covid-19. Somente na data de ontem, mais quatro mortes foram confirmadas, sendo a de uma mulher de 29 anos, em Arujá, um homem, 77, em Guararema, e outras duas pessoas, um homem, 56, e uma mulher, 65, em Itaquaquecetuba.
Até o momento não foi consolidada a grade de hospitais públicos de referência e os respectivos números de leitos de internação e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por cidade ou região, o que dificulta a atuação dos gestores municipais.
No final de março, o Condemat solicitou, da Secretaria de Estado da Saúde o cronograma de leitos do Alto Tietê para os pacientes de coronavírus. O pedido foi reiterado outras vezes ,a última delas anteontem. "Os técnicos do Estado e dos municípios têm trabalhado na elaboração do plano assistencial, mas a demora na conclusão dele preocupa muito e dificulta o direcionamento dos casos mais graves", apontou a coordenadora da Câmara Técnica de Saúde do Condemat, Adriana Martins.
No início desse, foi divulgada a ampliação de 278 leitos (181 de Clínica Médica e 97 para UTI) nos hospitais estaduais de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Suzano, porém a efetivação e ocupação dos mesmos dependem da grade em elaboração.
"A expectativa é de que o plano assistencial seja concluído nos próximos dias e só então teremos condições de responder efetivamente os muitos questionamentos sobre para onde direcionar pacientes e número de leitos disponibilizados no Alto Tietê", finalizou.
Campanha
Enquanto essas informações não são liberadas, os municípios utilizam de alternativas internas para absorver a demanda. Algumas prefeituras investiram em hospitais de campanha e ampliação de leitos nas unidades municipais. Quem não tem UTI em número suficiente, lança mão de planos emergenciais, como a contratação de serviços em hospitais privados. Na rede estadual, o suporte é feito através da Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (rede Cross).