Uma reunião entre os prefeitos do Alto Tietê e o governador João Doria (PSDB) está marcada para acontecer hoje para ampliar o diálogo sobre os parâmetros do "Plano São Paulo", que prevê a possibilidade de reabertura de comércios e serviços não essenciais a partir do dia 11 de maio.
Estarão reunidos secretários estaduais, o governador e prefeitos de municípios com mais de 200 mil habitantes. No caso do Alto Tietê devem participar os chefes dos Executivos de Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Suzano. Amanhã será a vez dos municípios com menos de 200 mil habitantes se reunirem com o governador.
"Estamos juntos nessa que é a pior crise de Saúde, Econômica e Social do país. Em São Paulo não tomamos decisões de ordem política ou personalista. Tomamos decisões sempre amparadas na ciência e na medicina e é por isso que conseguimos o achatamento da curva. Estamos conseguindo salvar vidas aqui em São Paulo com a ajuda de vocês [prefeitos] e faço um agradecimento pelo apoio, consciência e atitude de todos nas suas cidades e regiões", disse Doria na abertura da teleconferência ontem, na qual o governador apresentou a prefeitos de 31 cidades os principais aspectos da flexibilização gradual da quarentena.
Comércio fechado
Contrariando o pedido da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), a Prefeitura negou a solicitação da reabertura dos comércios na próxima sexta-feira, quando comemora-se o Dia do Trabalhador. A pesquisa virtual disponibilizada pela ACMC mostrou que entre os 1,3 mil comerciantes, 74% foram favoráveis à reabertura das lojas no dia 1º de maio. Cerca de 1,8 mil consumidores também responderam ao questionário e 73,1% opinaram pela retomada do funcionamento das lojas.
De acordo com o Executivo, Mogi é legalmente obrigada a cumprir as determinações do decreto estadual, sob pena de responsabilidade administrativa e cível em caso de descumprimento. "Esclarecemos que não há perspectiva de reabertura do comércio de Mogi das Cruzes no dia 1° de maio. Os municípios paulistas devem obedecer ao decreto de quarentena do governo estadual, que prevê o fechamento do comércio não essencial até o dia 10 de maio", reforçou o prefeito Marcus Melo (PSDB).
Apesar de compreensivo ao posicionamento da administração municipal, o presidente da ACMC, Marco Zatsuga, relembrou que os impactos na economia estão cada vez maiores. "Reconhecemos a importância dos cuidados para prevenir o coronavírus, mas a pesquisa com comerciantes e consumidores deixa claro que o atual modelo de quarentena, em vigor até 10 de maio, não tem mais a adesão plena da população e mostra a necessidade de flexibilizar o funcionamento das atividades", disse.
Os questionários estiveram disponíveis no site oficial da ACMC até o período noturno da segunda-feira passada.
*Texto sob supervisão do editor.