O medo do contágio do coronavírus (Covid-19) já vem interferindo a rotina de bares e restaurantes da região. Ao passo que o movimento nos estabelecimentos vem caindo, o número de usuários do sistema delivery vem aumento significativamente.
Medidas para fomentar os pedidos por delivery também estão sendo tomadas. Como as do empresário Henrique Leite dos Santos, 28 anos, que possui duas hamburguerias, em Suzano e Mogi das Cruzes, e isentará a taxa de entrega dos pedidos realizados pelos aplicativos e telefone. Santos contou que sentiu uma redução de 80% de movimento nas unidades físicas, enquanto sente um aumento de aproximadamente 30% de pedidos pela internet e pelo telefone. "A gente entende e acha certo as pessoas não saírem de casa e a gente quer ajudar todo mundo. Não posso visar somente meu lucro", contou o empresário, informando ainda que os prejuízos com a medida foram calculados. "Precisamos ajudar os mogianos e suzanenses", completou.
Já para o comerciante Renan Amorim de Souza, 29, que administra uma hamburgueria em Guararema, os efeitos do coronavírus foram mais bruscos. Ele conta que anteriormente as medidas restritivas às vendas eram igualmente divididas entre o delivery e o atendimento na loja, situação totalmente contrária ao visto atualmente, em que cerca de 95% dos pedidos são realizados pelo telefone. "A gente está querendo incentivar as entregas estamos preocupados com o atendimento aqui na loja também. Mas é uma realidade: os pedidos delivery aumentaram muito", contou.
Mesmo com a situação difícil e o crescente receio em sair de casa de boa parte da população, os entregadores de comida continuam na rua. Ao menos para os profissionais ouvidos pela reportagem, na tarde de ontem, não houve um aumento significativo no número de entregas realizadas. Para o entregador Renato Benedito, 36, não há a possibilidade de parar com as entregas no momento. "Temos a expectativa que vai melhorar (o movimento), mas até agora ainda não mudou muito", descreveu.
Por sua vez, Edson Aparecido da Cunha Junior, 23, já planeja suspender as atividades nos próximos dias para minimizar as chances de contágio. Cunha Junior ainda ressaltou que não irá pedir comida por aplicativo pelo receio de contaminação. "Prefiro ir no mercado, comprar e fazer em casa", completou. (F.A.)