Notícias na televisão, uma gripe após uma viagem internacional e o iminente avanço da epidemia de coronavírus (Covid-19) ao redor do mundo levam um mogiano, por exemplo, mesmo que remotamente, a suspeitar que esteja contaminado pelo novo vírus.
Em Mogi das Cruzes ou outra cidade do Alto Tietê, o mais sensato é se dirigir ao Hospital Luzia de Pinho Melo ou outras unidades de saúde e realizar uma série de exames que serão encaminhados aos melhores centros de análises clínicas do Brasil. Tudo isso sem custos, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esta realidade não é a de outros países. Como exemplo, o tão copiado e invejado por muitos, os Estados Unidos, onde as pessoas das classes mais pobres atualmente não possuem condições de adquirir os testes do novo vírus, que também avança no país - até o momento com 11 mortes confirmadas pela doença. O país segue com medo.
Para os americanos, baseados em um modelo de escolhas individuais, o sistema de saúde é outro. Entre os que têm plano de saúde - caro na maioria das vezes - a cobertura é limitada e exige alto percentual de co-pagamento. Tal sistema força milhares de americanos, neste momento, a optar entre fazer os testes e pagar altas taxas ou permanecer sem a certeza de estar imune à doença.
Voltando ao Brasil, a discussão é ampla e duas perguntas sobre o modelo de saúde pública precisam ser feitas. Esse sistema é bem gerido por quem deveria zelar pela saúde pública? A resposta, automática, remete à negativa da questão. O SUS auxilia e proporciona a melhora da saúde da população? Idem à primeira.
Mas uma das indagações essenciais é imaginar: como seria o cenário da saúde pública sem esse sistema? Visto a desigualdade estrutural permanente ao longo dos anos em nosso país, a impressão que se tem é que a situação de momento seria mais alarmante caso o SUS fosse dissolvido e os brasileiros tivessem redução nos impostos e mais liberdade no controle dos gastos.
Para muitos, o melhor modelo em diversas discussões é o estrangeiro, sem saber as dificuldades de cada país e o que o seu povo sofre. Tais discussões se tornam vagas. O necessário mesmo é melhorar o que há de bom no Brasil.