Do ativismo acadêmico de Mogi das Cruzes aos grandes serviços de Segurança Pública do Estado, o advogado Elizeu Soares Lopes, de 50 anos, recém-nomeado ouvidor da Polícia de São Paulo, explicou os rumos que o órgão estadual irá tomar daqui para frente.
Com a responsabilidade de ser um elo entre a população e as polícias, Lopes iniciou no meio político pelo PCdoB, mesmo partido de seu irmão, o vereador mogiano Jean Lopes. Auxiliou na assessoria do deputado Nivaldo Santana durante cinco anos, foi secretário da deputada estadual Ana Martins e assessor da deputada Leci Brandão. No ano passado, trabalhou ao lado de Junior Aprillante
Nasceu em Nanuque, cidade de Minas Gerais, mas passou grande parte da vida em Mogi das Cruzes, inclusive, sua família foi uma das pioneiras na fundação do bairro Vila Jundiaí, próximo ao distrito de Jundiapeba. O advogado iniciou sua trajetória no Movimento Estudantil, onde foi presidente do Grêmio Ubaldo Pereira, na Escola Estadual Washington Luiz, e foi a voz de muitos estudantes do Alto Tietê na época do movimento Caras Pintadas, que contribuiu para o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
Logo após a Presidência em algumas uniões estudantis, Lopes se tornou secretário-adjunto da antiga Secretaria da Promoção e Igualdade Racial de São Paulo, na gestão de Fernando Haddad (PT), entre 2013 e 2016. No começo deste ano, foi nomeado pelo atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ouvidor das polícias do Estado de São Paulo, logo após o antecessor do cargo, Benedito Mariano, perder a função, devido ao caso na comunidade de Paraisópolis, quando citou que o trabalho da polícia havia sido falho. Na ocasião, foram nove mortos, dentre eles, dois jovens mogianos.
O atual ouvidor explicou, em visita à Redação do Grupo Mogi News, que a polícia e as comunidades precisam estar em harmonia, sendo também papel da ouvidoria reproduzir propostas de políticas públicas. No caso de Paraisópolis, Lopes considera que o episódio foi um "caso atípico" e que deixou muitas lições. "Depois de tudo que passou, conseguimos analisar bem e cabe agora pensar como o poder público vai se portar diante dessas demandas. Há falta de espaço de lazer e entretenimento para a população de periferia, por isso precisamos rever, para não seguir, cada vez mais, o caminho da marginalização", apontou.
Questionado sobre o trabalho da Ouvidoria durante o caso, Lopes disse que "o órgão fez o seu papel de trabalhar com as investigações complexas e extensas, analisando todos os detalhes de um caso impactante que repercutiu no mundo todo".
*Texto supervisionado pelo editor.