Enquanto diversos setores da economia já sentem os impactos negativos do avanço do coronavírus (Covid-19) no Brasil, alguns se mantém na ativa pela necessidade de produtos específicos carentes no mercado atualmente. É o caso dos fabricantes de álcool em gel e de unidades filtrantes, conhecidas popularmente como máscaras respiratórias, que informaram à reportagem o alto custo que estão pagando em matérias-primas para ficar de portas abertas.
A produtora de máscaras respiratórias de Ferraz de Vasconcelos, Lilian Negoita, por exemplo, sentiu aumento de 5.000% no custo da sua matéria-prima, o que a fez perder contratos com seus clientes habituais e assinar com outras empresas, principalmente da área de Saúde Pública, como hospitais e secretarias municipais e estaduais. "O respirador está com preço absurdo por conta do alto valor da matéria-prima. Meus clientes antigos que eram basicamente o agronegócio já não compram mais, quem compra são as empresas da área da Saúde para conter a disseminação do coronavírus ", completou.
São cerca de 500 mil respiradores produzidos ao mês apenas na fábrica de Ferraz de Vasconcelos. Até importações para Itália a empresária já realizou neste período.
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) afirmou que o carbopol, a principal matéria-prima utilizada na fabricação do álcool em gel, está em falta no mundo inteiro e preocupa as indústrias nacionais com o avanço do coronavírus.
"O setor tem realizado esforços sucessivos para atender à necessidade de todos, mas existe esta apreensão com o carbopol, responsável por transformar o álcool em gel. É uma matéria-prima que está em falta no mundo todo", explicou o presidente-executivo da Abihpec, João Carlos Basilio.